Javier
Estava andando pelos corredores da mansão, como de costume, sempre com a mente ocupada. As semanas passavam como um borrão, e eu tinha tanto para gerenciar, tantas coisas pendentes, mas nada parecia mais importante do que ela. Camille. A mulher que, ao lado dos meus filhos, se tornou a minha razão de viver. Mesmo que as circunstâncias a rodeassem com tanta dor, eu não podia deixar de sentir um amor imenso por ela, algo que ultrapassava o medo e as complicações.
Quando cheguei ao quarto, a cena à minha frente me paralisou. Camille estava no chão, os braços ao redor dos joelhos, os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Ela estava tão absorta em sua dor que nem percebeu minha chegada. O ar estava pesado, e eu sabia que algo não estava certo.
Ela, sempre tão forte, sempre tão determinada, agora parecia totalmente quebrada, como se o peso do mundo estivesse sobre seus ombros.
Parei na porta, sem saber o que dizer.
Por um instante, uma onda de culpa me invadiu, me fazendo quest