Camille
A dor era como uma onda gigantesca, quebrando contra o meu corpo sem piedade.
Não havia intervalo para recuperar o fôlego, e o suor que escorria pela minha testa parecia queimar minha pele. Cada contração me deixava mais próxima de um abismo, mas também de um novo começo.
Eu sabia que aquele era o momento pelo qual havia esperado nos últimos meses, mas nada poderia ter me preparado para o que estava enfrentando.
Minha mente estava em um redemoinho de medo e desespero. Eu implorava entre gemidos e lágrimas para que me levassem ao hospital, para que me tirassem daquele inferno de dor e incerteza. Mas as freiras, com suas expressões sérias e calmas, apenas balançavam a cabeça.
— Deus proverá, filha. Ele está conosco — disse Irmã Teresa, segurando minha mão com firmeza. Seu toque, que deveria ser reconfortante, só aumentava minha angústia. Eu queria gritar com ela, queria arrancar minha mão da sua e fugir dali. Mas não havia para onde ir.
— Não! Eu não aguento! — gritei, minha voz