Camille
O convento por fim se tornou um lugar familiar para mim, mas não era um lar.
Não havia calor ali, apenas o frio da separação e a solidão que me consumia lentamente. A rotina simples que havia me cercado desde minha chegada não parecia aliviar a dor que eu sentia por dentro. Ao contrário, ela apenas me forçava a encarar a verdade de que estava longe de tudo o que conhecia, longe do homem que amava, e, pior ainda, longe da liberdade que eu tão desesperadamente desejava.
Mas havia momentos, pequenos momentos, quando a solidão se tornava insuportável, que a ideia de fugir tomava conta de mim. Eu sabia que não era sensato, sabia que não seria fácil e que, se fosse pega, as consequências seriam ainda mais terríveis. Mas a ideia de correr para longe daquele convento, para longe das regras e da opressão, me trazia uma sensação de alívio que eu não conseguia ignorar.
Era uma manhã fria quando a oportunidade, ou a ilusão de uma oportunidade, se apresentou. As freiras haviam me solicitad