Javier
A cidade parecia silenciosa demais para o que eu sentia.
Cada rua vazia, cada esquina, cada sombra parecia esconder algo, uma peça do quebra-cabeça que ainda não estava montado. Os fogos da minha raiva queimavam dentro de mim, e o ar ao meu redor, em vez de aliviar, parecia só alimentar a chama. Eu sentia o calor no peito, uma pressão que me fazia acreditar que eu estava prestes a explodir.
Olhei pela janela do meu carro enquanto dirigia pelas ruas desertas. As luzes da cidade eram apenas manchas distantes, como uma promessa de algo que eu não conseguia alcançar. Mas eu não estava mais atrás de respostas tranquilas. Eu não queria mais saber quem era o culpado. Eu queria que o culpado sentisse o que eu estava sentindo. Eu queria que essa cidade, inteira, fosse um reflexo da dor que eu carregava.
Queimar era a única forma de me livrar disso, e eu estava disposto a fazer isso.
A decisão foi simples. Eu não tinha mais paciência, não tinha mais compaixão. Eles queriam respostas? Eu