Camille
O cheiro forte de antisséptico impregnava o ar, misturando-se à claridade fria do quarto de hospital.
Deitada na cama, ainda me sentia fragilizada, mas, ao mesmo tempo, uma urgência crescente me corroía por dentro. O médico, um homem de expressão séria e olhar analítico, estava terminando de examinar meu braço.
— Está tudo bem por enquanto — ele disse, a voz calma. — Só mais alguns cuidados e repouso absoluto pelos próximos dias.
Fechei os olhos por um momento, tentando absorver as palavras dele, mas minha mente estava em outro lugar, girando em torno de um único pensamento.
— Eu ainda estou grávida? — minha voz saiu baixa, quase num sussurro.
O médico parou, erguendo o olhar para mim. Parecia medir as palavras antes de responder.
— Sim, senhora Herrera. Ainda está grávida. Felizmente, os ferimentos não afetaram os bebês.
O alívio tomou conta de mim como uma onda, mas logo foi substituído por outro sentimento: preocupação. Segurei o braço do médico com firmeza, ignorando a dor