Auriel
Não consegui dormir por mais de duas horas. O corpo repousa, mas a mente se recusa a encontrar descanso. Mesmo nesse período curto e fragmentado de sono, minha cabeça é invadida por imagens distorcidas, pesadelos intensos que me arrancam do sono com o coração acelerado, o peito arfando e a garganta seca.
A ansiedade pulsa dentro de mim como uma força viva, inquieta, insistente. Sinto o suor frio escorrer pela minha nuca, e o lençol preso entre meus dedos trêmulos parece um refúgio inútil. Cada vez que fecho os olhos, as cenas retornam — gritos, sangue, olhos que me observam na escuridão.
Há algumas roupas ainda minhas dentro do quarto, dobradas com cuidado em um canto do armário. São peças que me foram dadas pela família Frost, tecidos finos, cores suaves, cheirando a tempos mais pacíficos. Eu não quis levá-las comigo para as Terras-Baixas, talvez por orgulho, talvez por querer começar do zero. Agora, ao vê-las novamente, sinto uma pontada no peito.
Nunca pensei que voltaria pa