A professora afastou todas as mesas e cadeiras, para que as pessoas que se apresentassem tivessem um pouco mais de espaço na sala de aula. Nossa vez finalmente chega, uns dias atrás optamos por uma das coadjuvantes actuar como um narrador, e a escolhida foi Diana. Ela então começa a explica qual livro utilizamos, que foi O Morro dos Ventos Uivantes de Emily Bronte e que decidimos adaptar as falas para ficar mais fácil de entender no nosso cotidiano, enquanto isso o resto de nós nos preparávamos para atuar. - Então a Sophia vai representar a Catherine, o Augusto é o seu par romântico, o Heathcliff, Rafael é seu marido, Edgar, e Camila é a empregada, Nelly. - diz ela depois de dar uma breve explicação sobre cada personagem. Nosso cenário improvisado, consta de algumas cadeiras que vai representar um sofá, a porta da sala vai ser a porta da casa e Camila trouxe uma iluminaria e alguns livros para ser os itens do nosso cenário. Está eu e Camila na cena, Augusto está entre a
Alguns dias depois. Alguns professores distribuem suas notas e percebo que a única nota boa que tive foi em Literatura. A professora nos deu um 8, dizendo ela que só não foi 10 porque eu tinha mais química com o personagem secundário que com o personagem principal. Mas o resto das minhas notas, estão um fiasco. Jogo minha cara na carteira cheia de livros, me lamentando por ser tão pouco inteligente aqui. - Não vai adiantar muito fazer isso… Eu já tentei esse método antes. - Rafael cutuca minha cintura me fazendo levantar sobresaltada pela leve cosquinha que senti. - A única coisa que você vai ganhar é um galo na cabeça desse jeito. Dou um tapinha na mão dele, só para fingir que estou brava, tentando esconder o quanto gosto disso… do seu toque. - Para com isso! Os professores já não gostam de mim, se acharem que estou de gracinha na aula, eles vão me odiar ainda mais. - espio para ver se a professora está me olhando, mas ela segue escrevendo no quadro. - Relaxa um pouco,
Terminei dentro de um banheiro com Rafael depois de apostar com ele que ele não aguentaria passar o recreio inteiro comigo no banheiro inativo do segundo andar. E eu ainda disse que valia 100 reais, dinheiro esse que nem tenho. E aqui estamos. Sozinhos. Vinte minutos é o que ele precisa aguentar para ganhar a aposta. Ainda tenho chance de vencer se ele acabar desistindo e sair antes do tempo terminar. - Dessa vez, você me surpreendeu… - ele comenta, sobre minha aposta ousada. Estamos parados perto da porta. Rafael a tranca. - Só para ter certeza que ninguém vai entrar. - se explica ao perceber meu olhar de interrogação. - Quem entraria? O banheiro nem está funcionando. - retruco. - A gente entrou... - ele responde com um sorriso malicioso em sua cara. Fico vermelha por entender o que ele quer dizer. - Você acha mesmo que alguém faria algo desse tipo aqui? Ele caminha em minha direção, parando a poucos centímetros de mim. - E você? Não aproveitaria? - me olha
As pontas dos seus dedos passeiam devagar pela minha pele, agora me causando leves cócegas na barriga enquanto circula ao redor do meu umbigo, mas não são cócegas ruins, são boas. Eu tremo e ele percebe. - Você está nervosa? - sua voz sai baixa, como quem tenta controlar a própria respiração. - Mais ou menos… - olho em seus olhos enquanto ainda sinto seus dedos pela minha barriga, subindo e brincando com a renda do meu sutiã, mas sem me tocar de forma invasiva. - É só eu nunca senti isso antes. Ele sorri, satisfeito, outra vez. Seus dedos agora descem para a minha cintura, fazendo uma leve pressão quando chegam aí. Ele faz tudo isso, sem desviar o olhar do meu. Observando cada reação minha. Ele se aproxima e sussurra em meu ouvido: - Gosto da cara inocente que você faz toda vez que eu te causa um arrepio… - e então volta a me encarar, como se estivesse assistindo a um show. Minhas bochechas coram. Não sei nem o que dizer. Só a sensação de ter meu corpo inteiro queimando pe
De certa forma nosso tempo juntos no banheiro mudou algo dentro de mim. Eu não estou mais me contentando com só ver ele, eu sinto necessidade do seu toque em mim, do seu calor. Rafael é aquela comida favorita que, não importa quantas vezes a pessoa come, nunca enjoa. Ele é como um dia ensolarado depois de vários dias de frio. Ele é como aquele docinho depois de um almoço pesado. Ou até mesmo a água gelada para aquele que caminha três horas em um dia de 40 graus. Eu preciso dele. Eu quero ele. E eu sei que ele também precisa de mim. Durante as aulas, seus dedos procuram pelos meus, ansiando sentir meu contato. Eu preciso demais. Eu quero mais. E ele também. - Assim que soar o alarme, me encontra no banheiro. - ele havia sussurrado. E aqui estamos. Outra vez. Ele tão próximo ao meu corpo, que sua respiração me enfeitiça. Suas mãos me conhecendo cada vez melhor e com as minhas timidamente tocando seu corpo, me aventurando. Eu me sinto dele. E ele se sente meu. - Eu sei que n
Um mês e meio se passou desde que comecei a viver com minha mãe e percebi o quanto eu estou atrasada com a escola. Sempre pensei que eu fosse boa aluna, mas minha antiga escola nem se compara com essa. Na outra eu nem precisava me esforçar para tirar 10 e nessa parece que eles querem nos matar de estudar. Eu entendo que não estou fazendo o melhor que posso e sei que Rafael me atrapalha um pouco nos estudos, sempre me distraindo de uma maneira ou de outra. Por sorte não tivemos como ir ao banheiro outra vez, mas o desejo por ele me faz prestar mais atenção nele que em minhas próprias classes. Além de todas as aulas normais, que já estão em um nível bastante difícil para mim, eu ainda tenho aula de inglês e francês. E o diretor acha que é o meu dever saber tanto quanto os alunos que sempre estudaram ali sabem. Eu nunca nem sequer tinha visto Francês na minha vida. Me sinto frustrada ao observar minhas notas todas vermelhas, a única nota boa é em literatura. - Será que eu deveri
Assim que ela sai, tento focar nos meus estudos, mas novamente sou interrompida. Alguém abre a porta do meu quarto com certa força e eu nem preciso olhar para saber quem é. - Hey… - diz ele para chamar minha atenção, então lhe dou o gosto de ter meus olhares. Pedro está parado em minha porta com os braços cruzados e olhando fixamente para mim. Ele usa uma roupa boa demais para ficar em casa. Na verdade, parece estar bem arrumado. - Eu estou tentando estudar, Pedro… O que você quer dessa vez? - fico irritada, ele é a última pessoa que eu queria ver agora. Ele se irrita também. Ultimamente andávamos muito reativos um ao outro. - Sei que sua mãe veio te trazer o dinheiro da mesada… eu quero ele! - fala sem rodeios. Pisco várias vezes sem acreditar no que acabei de escutar. Ele então caminha até mim e estende sua mão. - Você tinha me falado que não era nenhuma interesseira, então acho que você não precisa desse dinheiro… Além disso, eu REALMENTE preciso desse dinheiro. -
Ultimamente ando meio incomodado com o fato da Anna só querer fazer algo entre nós 3. Se vamos comer, ela quer que o Pedro vá junto. Se vamos ao cinema, ele está lá. Se vamos viajar, ele está lá. Eu entendo que o cara é nosso melhor amigo, mas já me sinto cansado de ver a cara dele sempre que quero passar um tempo sozinho com ela. E aqui estamos nós novamente, mais um sábado passando com ele, em sua casa. Depois de tanto falar para ela que isso já estava começando a me incomodar e só obter como resposta um “Ele é nosso amigo e ano que vem não vamos mais estar todos juntos assim, você sabe… faculdade e todo mais!”, eu acabei desistindo e só aceitando. Me sento na beirada da piscina e tomo algumas cervejas enquanto observo os dois se divertirem. - E aquela garota… Sophia.. Onde está ela? - questiona minha namorada a ele enquanto j**a água em sua cara. - Deve estar no quarto dela! - ele aponta para uma sacada cuja luz está acesa. Olho para cima para ver a sacada e logo volto par