Me jogo na cama novamente com o caderno nas mãos. Pedro dobrou a página para facilitar a localização da lista, mas como eu sou curiosa, não resisto e dou uma olhada geral no conteúdo antes. Parece uma espécie de diário, porém, sem datas, só páginas repletas de assuntos aleatórios: alguns sobre a escola e outros mais pessoais, como se ele simplesmente usasse o caderno para pensar alto.
Folheio as primeiras páginas, querendo descobrir um pouco mais sobre como era o Pedro antes de me conhecer. Me lembro perfeitamente do medo que sentia dele quando cheguei aqui, pensava que ele era quase um psicopata. Ele era um tanto intimidador. Mas agora, apesar dele me irritar às vezes, eu o considero quase um amigo.
“Acreditar nela foi o pior erro que cometi, mas também, o que eu esperava? Alguém que não consegue ficar sozinha nunca vai entender o que é amar de verdade… malditos olhos azuis.”
O resto da frase vira um grande rabisco, como se ele tivesse se arrependido no meio do pensamento. “Olhos azu