50. O PESO DA REVELAÇÃO

O tempo parecia correr de forma diferente para Isabela. Cada amanhecer era como atravessar um campo minado invisível. O corpo mudava depressa demais, como se estivesse com pressa em expor ao mundo um segredo que ela ainda não sabia se queria revelar. A cada dia, os vestidos ficavam mais justos, a respiração mais ofegante, e o coração, mais inquieto.

As manhãs eram especialmente cruéis. O enjoo lhe tirava o apetite, o cansaço parecia grudar-se a cada osso, e a sensibilidade a fazia chorar sem motivo aparente. Por vezes, ela se via diante do espelho, a mão repousada sobre a barriga que crescia rápido, como se tentasse decifrar aquele mistério. Seus dedos acariciavam a pele tensa, e uma pergunta sempre ecoava dentro de si: quem está aí?

Mas, ao fundo de toda essa inquietação, algo a perturbava ainda mais. O instinto materno — aquele sussurro interno que nunca a abandonava — gritava que havia algo diferente, maior, quase impossível.

Os meses avançaram, e o dia da ultrassonografia decisiva
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