O silêncio no carro de Lucas era quase sufocante. Jordani mantinha os braços cruzados, encarando a rua pela janela, como se o simples ato de olhar para ele fosse uma ofensa.
Lucas, por sua vez, dirigia sem pressa, o semblante fechado.
— Você ainda tá tremendo — ele comentou de repente.
Jordani apertou os braços ao redor do próprio corpo, tentando disfarçar.
— Tô com frio — mentiu.
Lucas soltou um riso baixo, sem humor.
— Claro. Só que não.
Ela virou o rosto para ele, fuzilando-o com o olhar.
— Você sempre tem que ser irritante desse jeito?
— Você sempre tem que ser tão teimosa? — Ele rebateu, sem tirar os olhos da estrada.
Ela bufou, largando os braços ao lado do corpo. O cheiro amadeirado do perfume dele estava impregnado no blazer que ainda usava, o que só tornava a situação mais irritante.
Quando finalmente chegaram ao prédio dela, Jordani tirou o blazer de qualquer jeito e empurrou contra o peito de Lucas antes de sair do carro.
— Boa noite — resmungou, sem olhar para trás.
Mas, a