Campos do Jordão os recebeu com uma neblina densa e constante, como se a própria cidade não quisesse revelar o que guardava. A estrada serpenteava por entre pinheiros altos, o silêncio cortado apenas pelo som do motor do carro e o bater ritmado da chuva fina no para-brisa.
Lucas mantinha as mãos firmes no volante. Jordani, ao lado, consultava as anotações de Bruno. O nome era antigo, quase esquecido: Dr. Masato Ishikawa. Bioengenheiro-chefe. Desaparecido há mais de dez anos.
— Segundo o Bruno, o endereço não aparece mais no GPS comum. Só foi achado por rastreamento de uma conta de luz antiga em nome falso. — disse ela, sem tirar os olhos do papel. — A casa foi construída como “retiro de pesquisa”. Tem gerador próprio, sistema de segurança e zero sinal de internet.
— Ótimo — murmurou Lucas. — Só falta ter uma placa na entrada escrito “ENTREM E MORRAM”.
Jordani riu baixo, mas o nervosismo estava ali, no canto da boca, nos olhos que varriam a pa