PÉNELOPE VERONESI
Abri a porta lentamente.
Observei atentamente todo o espaço, as cortinas, de uma brancura quase etérea, parecem permitir que os raios da aurora resplandecente adentrem o recinto sem obstáculos. O chão de madeira se estende imaculado, refletindo com clareza cada raio de luz que dança sobre ele. A cama, primorosamente arrumada, ostenta lençóis em suaves tonalidades de caqui e bege.
A temperatura estava fria, o que acentuava ao cheiro de lavanda que pairava por todo o quarto, e era como se nunca tivesse ocorrido um assassinato entre essas quatro paredes.
Adentrei mais e toquei com as pontas dos dedos a penteadeira, para então perceber o meu rádio descansando em cima dele. Sim, eu gostava dele, era uma boa lembrança de que o mundo lá fora ainda se movimentada.
Com cuidado, girei o botão até sintonizar na estação preferida. O rádio, com sua voz melódica, começou a transmitir os últimos acordes de uma orquestra, logo interrompidos por anúncios das iminentes festividade