Bridget se afastou do balcão para conferir algo próximo à vitrine da livraria, ainda sentindo o coração aquecido pelas palavras de sua mãe. Lá fora, a cidade seguia seu ritmo apressado. Pessoas passavam de um lado para o outro, carros buzinavam ao longe, e o céu começava a ganhar tons dourados do fim de tarde.
Ela se aproximou do vidro para observar melhor a fachada recém-pintada da livraria. Sorriu com orgulho. Estava ficando do jeitinho que ela imaginava.
Foi então que sentiu de novo.
Aquela sensação inquietante... Como se olhos invisíveis acompanhassem cada um de seus movimentos. Um arrepio percorreu sua nuca.
Ela olhou ao redor da loja — tudo normal. Letícia mexia em um bloco de anotações enquanto Melinda conversava com ela. E mesmo assim... o incômodo não passava.
Bridget então olhou para fora.
Foi rápido.
Um vulto escuro, do outro lado da rua, parado por um segundo entre duas pessoas que caminhavam apressadas. Alto. De postura rígida. Aparentemente um homem. Ele parecia olhá-la