Bridget observava a mansão Tulipa Azul como se estivesse atrás das grades de um castelo dourado. Por fora, tudo era requinte. Por dentro, sufoco. Gustavo estava cada vez mais exigente — e controlador.
Naquela manhã, ele apareceu sem avisar, trazendo flores e um sorriso ensaiado.
— Arrume suas coisas — disse com voz baixa, mas firme.
— O quê?
— Você vai passar mais tempo no meu apartamento. Não quero você longe de mim. Lá estaremos sozinhos, sem interferências. Já mandei preparar tudo.
Ela gelou. O estômago embrulhou.
— Eu não posso... minha avó...
— Já falei com ela. Disse que seria por pouco tempo, que você precisava descansar.
Bridget sentiu o chão ceder. Ele estava mexendo em tudo, manipulando todos. Até a vovó Nívea acreditava que ele estava cuidando dela.
— Não tem escolha, Bridget — ele disse mais baixo, próximo ao ouvido dela. —— Ou prefere que eu faça uma visita ao Andrew… e garanta que ele nunca mais lembre de você? Eu ainda tenho tudo que preciso para isso — inclusive o sufi