Os dias haviam se arrastado em silêncio sufocante desde a visita da vovó Nívea. O apartamento não parecia um lar, mas uma cela. E agora, nem mesmo a livraria-café — o santuário de Bridget — oferecia mais segurança.
Naquela manhã, enquanto organizava os romances na seção de autores estrangeiros, Bridget ouviu o sino da porta tocar. O coração acelerou sem razão aparente… até sentir o perfume.
Lavanda com fundo amadeirado.
Gustavo.
— Bom dia, minha noiva preferida — ele disse, como se fosse normal aparecer sem aviso. Usava blazer azul-marinho, óculos escuros e aquele sorriso meticulosamente treinado. Trazia um dos copos personalizados da livraria nas mãos. — Pedi seu café favorito direto no balcão. Queria te surpreender... mostrar que conheço cada detalhe seu.
Bridget manteve o controle, mesmo com o estômago revirando.
— Que surpresa… não imaginei que estivesse de folga.
— Não estou. Passei só pra te ver. Senti sua falta — disse, estendendo o copo para ela. — E achei que você precisasse