A claridade suave da manhã atravessava as cortinas do loft, desenhando faixas douradas sobre o chão de madeira. O silêncio era tão denso que Bridget podia ouvir o próprio coração bater — ou talvez fosse só o som dos passos de Andrew no corredor.
Ele apareceu na porta da sala, ainda com o cabelo bagunçado e a camisa amassada. Os olhos azuis, semicerrados pelo sono, encontraram os dela por um instante. Não havia raiva, mas também não havia indiferença. Havia algo no meio… algo que ela não queria decifrar.
— Bom dia — ele disse, a voz grave e rouca, como se tivesse acordado há segundos.
Bridget hesitou. — Bom dia. Dormiu bem?
Andrew encostou-se ao batente, observando-a preparar café na bancada. O cheiro forte do grão recém-passado se misturava com a memória viva da noite anterior — uma memória que latejava na cabeça dele como um filme que não queria parar de rodar. Os toques, os olhares, o calor.
Maxwell surgiu da escada, já vestido, com o celular na mão e o olhar rápido sobre Andrew.