O quarto ainda estava na penumbra quando Andrew fechou a porta atrás de si, entrando em casa como quem teme ser visto. O silêncio era pesado, como se as paredes guardassem perguntas que ele não estava pronto para responder.
Sem acender nenhuma luz, subiu as escadas direto para o quarto, a mente cheia de fragmentos da noite anterior — o riso de Clarice, o perfume adocicado, o calor das mãos dela. E, por baixo de tudo isso, uma pontada incômoda que ele não queria admitir: culpa.
No espelho, o reflexo devolveu-lhe uma expressão cansada, os olhos mais escuros que o normal. Passou as mãos pelo rosto e deixou-se cair na cama, encarando o teto. Tentou convencer-se de que não importava, de que ele estava livre para fazer o que quisesse. Mas cada vez que pensava em Bridget, a imagem de Maxwell ao lado dela surgia como uma lâmina afiada.
— Eles não têm nada… — murmurou para si mesmo, sem muita convicção.
A lembrança da conversa que ouvira dias atrás voltou com força: Maxwell mencionando o quan