A alvorada mal se insinuava por entre as folhas espessas quando o grupo começou a se preparar para partir. O templo natural atrás deles permanecia em silêncio, como se também observasse a despedida daqueles que, por breves dias, haviam sido seus hóspedes e seus escolhidos. O lago central ainda refletia uma lua pálida prestes a desaparecer diante do sol, e o ar carregava o perfume de terra molhada, resina e frutos silvestres recém-colhidos.
Amélia estava entre as árvores, colhendo mais algumas das frutas misteriosas. As folhas ainda estavam úmidas de orvalho, e seus dedos deslizavam com delicadeza sobre cada uma delas, como se reverenciasse a dádiva recebida.
Damian se aproximou em silêncio, observando-a por um momento antes de dizer:
— Nunca vi você assim… em paz. Como se fizesse parte do próprio mundo.
Ela se virou devagar e sorriu.
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