O sabor da vingança
O sabor da vingança
Por: Joelma Dejesus
Capitulo I- Os dezoito

Vendo desta maneira, o peso de responsabilidades apenas umentam, dezoito anos, já? Deixarei de ser a menininha do papai, a garotinha da mamãe, mas também, com os dezoito anos vem muitas responsabilidades, firmar noivado, faculdade, contas para pagar, planos de casa, filhos e etc. Olhei em volta,  e como eu, ele pensava no mesmo, apenas lhe vi lamentar enquanto continuava me olhando apoiado ao balcão,  a música tão animada ao fundo meio que perdeu o ritmo no momento para mim, as luzes piscantes, seus cabelos que ganham novo tom de grisalhando, seu corpo forte, voluntarioso na blusa branca de mangas compridas social, a calça jeans, seus olhos verdes deixaram de me olhar somente quando retirou o celular do bolso, apontou para os fundos, indicando que ir atender lá.

Compreendendo que poderia ser importante, apenas balancei a cabeça num, sim, pedindo que não fosse mais uma daquelas ligações demoradas, apesar dos receios da idade nova, não poderia negar que é a festa dos sonhos, hoje faço meu tão esperado sonhado dezoito, simplesmente não acredito que o meu pai não apenas permitiu fazer na boate, como também bancou todos os gastos, mas o que esperar dele?

É o melhor pai do mundo, caminho em direção às luzes enquanto bebo, usando um vestido preto brilhante colado ao corpo. Os cabelos soltos, negros, escovados, me fazendo sentir segura do futuro, caminhei em direção aos meus amigos, alguns disseram palavras que não escutei bem, a música alta só me permitiu arriscar a leitura labial, logo fui abraçada por todos eles, que não demoraram a me erguer para cima, é a minha música que toca, eu sou a rainha daqui.

— Tessa! — Estava comemorando quando o meu pai se aproximou, com uma expressão de poucos amigos, aproximou a sua boca a minha orelha. — Tessa eu tenho que ir ali, volto em algumas horas. — Neguei antes de escutar o resto da frase, lhe encarei. — Não, pai, é o meu aniversário.

— Querida, eu preciso ir, você ficará mais a vontade sem mim por aqui, além disso... — Suspirou fundo, olhando em volta. — Eu tenho que ir. Tessália, não irá sentir a minha falta. — Não queria que fosse, mas entendo que a sua profissão exigia. — Filha aproveite! — Beijou a minha testa com amor. — Pai, eu te amo!

Senti o aperto em meu nariz antes de partir, como se eu ainda fosse sua garotinha. — Eu a amo mais! — Saiu em seguida, lhe vi sair do local, acompanhei com os olhos, eu não queria que ele fosse, mas ele foi.

Apesar disto, ele se foi, minha mãe fez o mesmo, me deixando entre amigos e colegas, fui surpreendida pelos gritos deles que me agarravam pelas partes do corpo, mesmo em alta dose de álcool no corpo, eu ainda os queria aqui. — Liberdade! Liberdade! Liberdade! — Jogaram-me para cima três vezes enquanto gritavam, em euforia eu apenas subi e cai em braços todas às vezes rindo e gritando também enquanto sou levada pela multidão.

Dancei, cantei animada, embalada pelas emoções do momento, tenho tantos sonhos e planos para este novo ciclo, a cada lugar que vou, sou abraçada, todos comemoram comigo, embora me sinta um pouco desconfortável, ignoro.

Não dou importância porque não estou habituada tanto a esta vida de festas, bebedeira, curtição, imagino o tanto que meu pai economizou para tudo isso, de fato, ele é um homem de ouro, olho em volta me sentindo premiada por tanto, por tudo, tanto amor.

— Mê... — Paro o beijo receosa, sei que ele pensa que não importa o lugar, mas sim a pessoa, mas eu não quero ser mais uma, quero tanto que seja após me tornar a sua esposa.

Apesar do efeito do álcool no corpo, ainda resisto, recuo mais uma vez, nada estragaria o momento perfeito. — Tess! — Ele também diz ao me ouvir. — Paciência vai, eu sei que… — Digo enquanto observo os seus olhos azuis no escuro da boate, ele suspira fundo. — Eu não vou forçar, tá! — Afirmo ao lhe ouvir, voltamos ao beijo, desta vez lento.

A noite é animada, que passa rápido, embora haja o desconforto, sinto pela pressão que em algum momento tudo mudará, terei que casar, embora queira muito me tornar a senhora Tessália Dourado Sampaio, não quero sair de casa também, sou filha única, meu pai e minha mãe são a minha base, minha fortaleza, mal terminamos o beijo, a turma nos afasta, olho em seus olhos sendo grata por sua paciência, nenhum outro esperaria tanto.

Suspiro fundo vendo a minha melhor amiga me abraçar logo em seguida. — Que carinha é essa? É sua festa, aproveite! — Sou puxada por sua mão para a pista, sorrio alto, por que me prender às pressões da vida agora? Essas escolhas poderão fazer depois.

— Vai me dizer o que está pensando? — Ela pergunta, ergo a cabeça dando passos orgânicos, até que os seus dedos entrelaçam aos meus, olho o seu rosto delicado. — Nada para se preocupar agora, Cam. — Passo a mão em seus lábios corrigindo o batom vermelho, sempre borrado. — Temos segredos agora?— Nego rindo a sua pergunta, ainda limpando a sua boca, não ia lhe dizer que eu preferia que os meus pais ficassem.

— Quem borrou esse batom vadia? — Pergunto, ela apenas balança a cabeça rindo. — Anda! — Grito em meio ao ritmo do ritmo da braba, da Luiza Sonza, querendo forçá-la a confessar quem possa ter sido a vítima da vez. — Tess! — Sou chamada pelo grupo em seguida.

Que não demora a me levarem para eles, comemorando mais e mais, aproveitando a minha despedida dos dezessete, o que essa idade nova reserva para mim?

Segundos depois procuro Camila, não a vejo, a festa continua sem pausas, não quero perder tempo, queria que está noite durasse mais, alguns amigos começam a ir embora, muitos ainda tem dezessete, sabe como é, alguns deles sendo como eu, filhos de policiais exigentes tem que estar em casa cedo. Olho em volta, agora, sim, consigo ir ao banheiro, finalmente!

Caminhando para o banheiro, ainda sou felicitada pela idade nova, sorrio para todos, mal chego corro para a primeira porta que está aberta, tão cheia nem mesmo tiro ou abaixo a calcinha, afasto somente, faria na calcinha se demorasse mais, relaxei enquanto esvaziava a bexiga fechando os olhos por alguns instantes, a felicidade não cabendo dentro de mim.

— Eu te amo! — Messias surgiu de braços abertos numa calça jeans, blusa social preta, o copo de bebida na mão, sorri largo, meu namorado veio até mim, dando-me um beijo intenso, o sabor do álcool em sua boca misturou-se ao meu, seus dentes morderam um pouco os meus lábios, antes de terminar o beijo sua mão já subia o meu vestido, me perguntei se era isso realmente que eu quero.

Me sinto pressionada para fazê-lo, três anos me guardando para nós casarmos e me entregar virgem a ele, o homem que eu amo, acredito que nada seria mais lindo, após dizer o sonhado sim e me entregar virgem na noite de núpcias, outra vez sinto a sua mão apertando a minha coxa, sinto desejo, quero tanto quanto ele, mas sonho com um momento melhor.

— Vai gostoso, vai! — O som da boate está mais baixo aqui no banheiro, ouço um gemido, engulo em seco, quem seria a nova vítima da vez? Me pergunto ao reconhece a voz de Camila. — Onde quer que eu goze? Cachorra!

Arregalo os olhos ao escutar a voz ofegante, os estalos estão alto, mal termino a urina por completo, saio da divisória do banheiro com pressa, sem me secar, ou ajeitar, apenas vou em direção para de onde vem o barulho, empurro a porta curiosa que está trancada.

— Dentro gostoso, me enche com tua porra vai Messias! — Curiosa vou para o banheiro livre, ao subir no vaso na cabine ao lado, bambeio, minhas pernas estremecem como as minhas mãos, meus olhos podem me enganar? Eles ardem com o que vejo.

— Ah! Puta merda! — Sai num gemido intenso, ela ri alto sob efeito de álcool, vejo Messias empurrando com força em Camilla até erguer a cabeça para cima, que parece cambalear apoiada de joelhos no vaso fechado, a garota de vestido prata parecido com o meu ainda se recuperar, meus olhos se enche de lágrimas. — Tess?— Ele parece tão surpreso quanto eu, ao me ver.

Desço do sanitário com pressa, essa é a pior decepção que eu poderia ter na vida, as minhas pernas estão trêmulas, as mãos suam, o sangue ferve. — Tess que Tess, a Tess está ocupada demais para você garotão! — Ouço a minha melhor amiga dizer assim que alcanço o chão, ela está bêbada, esse era o propósito? A intenção de bebermos até não lembrar nosso nome hoje.

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