— Você me vigiou a noite toda? — perguntou ele. — Você não queria ir para o hospital, e eu cuidei de seus ferimentos, é claro que eu deveria ficar vigiando você. Ele assentiu, ao perceber que ela parecia constrangida com sua pergunta. Alguns segundos depois, ela se levantou e se sentou ao seu lado. Rosalie olhou para o ferimento em sua barriga, e franziu o cenho. — Você poderia ter morrido, porque fez aquilo? Por que lutou? Havia algo de diferente na voz dela, ele notou. Havia uma espécie de tristeza profunda ali. Como se ela preferisse ter se entregado do que vê-lo lutar por ela, e apenas esse pensamento o deixou aterrorizado. — Pensa que eu deixaria que eles a levassem? Eu jamais permitiria. — respondeu Duncan, seu coração batendo como um louco. Ele estava mais do que disposto a morrer novamente para proteger aquela mulher. Ela o encarou, e seus olhos ficaram marejados. — Não era seu dever me proteger, precisa se proteger! Devia ter deixado que me levassem. — Nunca faria isso. — disse de modo firme. — Por quê? Qual a razão de arriscar sua vida assim? Não sou sua mulher ou da sua família. Aquilo o fez arregalar os olhos. Ela era tudo para ele, nem a morte sendo capaz de fazê-lo esquecer isso. Rosalie Valois era a mulher mais feliz do mundo. Com um marido apaixonado e filhos, quando de repente uma explosão mata o seu marido. Ela jurou que o assassino pagaria pelo o que fez com Duncan Valois. Rosalie só não esperava que o seu marido retornasse dos mortos. Ela o reconheceria?
Ler mais— Você aceita se casar comigo, Olívia? – ele perguntou ajoelhado no chão.
— SIMM, oh meu Deus, sim. — respondi completamente emocionada, as lágrimas desceram tão rápido em meu rosto, mas o sorriso em meus lábios foi o protagonista daquele momento.Eu esperei tanto por isso, o dia em que finalmente estaria noiva de Martin Hoke, meu namorado que conheci na faculdade. Nossa relação sempre foi boa e eu sonhava com esse pedido desde o ano passado, temos tantas metas e sonhos para realizar juntos, mal posso esperar por isso.— Agora sim, que maravilha. — minha futura sogra, Janine Hoke comentou.— Ahh, eles são tão bonitos. — minha mãe comentou.De repente todo mundo começou a se abraçar, minha irmã Dalila me abraçou também, ela parecia muito feliz por mim. Dalila é minha irmã mais nova, temos uma diferença pequena de idade. Ela me salvou de um afogamento quando éramos crianças e acabou doente por causa disso, desde então meus pais sempre deram muita atenção a ela, eu não acho ruim, porque por causa dela eu estou viva.— Fico feliz que vão se casar. — ela disse rindo.— Obrigado, Dalila. — Martin respondeu.— Então, vamos comemorar. — dona Janine falou animada.Ela compareceu sozinha ao nosso jantar em família, seu marido, o senhor Joshua Hoke não pôde vir, está supervisionando seu mais novo investimento, no Havaí, onde também é a terra natal dos Hoke.Eu me sentei ao lado de Martin na mesa, nossa comemoração foi muito boa, estávamos em um hotel da família do meu noivo, na Califórnia.Dalilla de repente teve uma crise de tosse, como é costume dela ter, meus pais levantaram as pressas para socorrê-la, até Martin levantou para dar suporte. Têm sido assim desde sempre.— Quer ir ao hospital? – perguntei.— O que? Não, não quero estragar sua comemoração. – ela respondeu com dificuldade.— Não pense nisso, você não está atrapalhando. – respondi.— Vamos, vou levar você para o hospital. – meu pai falou.— Vamos, eu vou junto. – minha mãe respondeu.— Não, mãe e pai, eu estou bem, parem com isso, não vamos estragar o noivado, eu já disse que estou bem. – ela falou firme.Meus pais voltaram a se sentar, nós bebemos mais um pouco e tentamos retomar a conversa amigável, mas Dalila teve outra crise e pediu licença para subir ao quarto. Martin se ofereceu para levá-la e não deixá-la sozinha, para o caso dela ter outro ataque.— Você é um rapaz muito prestativo, Martin. — meu pai disse. — Seria o bom tipo de marido para Dalila.Não pude deixar de sentir a tristeza dentro de mim, meus pais sempre fazem essas comparações entre nós duas, sendo Dalila uma mulher doce e meiga que merece tudo de bom e eu a filha que sabe se virar sozinha. Mas como eu disse, eu não a culpo, Dalila não tem culpa de ser doente.— Ora, papai, não diga besteiras, Martin vai ser um bom marido para a mulher que ele escolheu. — minha irmã rebateu.— Sim, eu sei, mas você precisaria muito mais. — ele tentou se explicar.— Obrigada pelo elogio, senhor Harris, tenho certeza que Dalila encontrará um homem como eu. — meu noivo respondeu.Os dois foram até o elevador e eu fiquei naquele silêncio desconfortável com meus pais e a senhorita Janine, que me salvou em vários momentos ao puxar assunto.— O que pretende fazer depois que terminar a faculdade, Olivia? — foi uma de suas perguntas.— Oh, eu vou fazer um estágio em uma das empresas do meu pai, depois, quem sabe. – respondi verdadeiramente.— Eu entendo. Você vai ser uma gerente muito competente. Veja, Martin está a ponto de assumir as empresas do meu marido, Joshua está treinando-o para isso. – ela comentou.— Oh, que notícia boa, vejo que ele é muito dedicado, olha só, se ofereceu para cuidar de Dalila. – minha mãe disse.Eu fiquei observando o tempo, aguardando que ele voltasse. Meus pais se levantaram da mesa e eu ouvi:— Se nos der licença, senhora Hoke, vamos ver como Dalila está. – minha mãe quem falou.— Claro, espero que esteja tudo bem com ela. – dona Janine respondeu.Meus pais saíram sem dizer nada para mim, apenas levantaram da cadeira e seguiram seu rumo, me deixando sozinha com minha futura sogra. Acho que a família de Martin pode ser uma boa família para mim, pelo menos a dona Janine não me trata com desdém ou tenta me colocar para baixo.— Bom, se quiser ir atrás da sua irmã, Olivia, pode ir. – ela disse.— Ok, obrigada por entender. – respondi sem graça.Eu a deixei bebendo na mesa e fui.Segui para o quarto da minha irmã, mas ela não estava, meus pais não atenderam a porta quando eu bati, então segui procurando por Martin, talvez minha irmã tenha passado mal em algum local do hotel.Eu segui pelo corredor do primeiro andar, mas não os encontrei, segui pelo segundo andar e também nada de Martin, fiz a mesma coisa no terceiro andar e não o encontrei. Achei estranho o seu sumiço, mas imaginei que talvez ele estivesse num local mais reservado para resolver algum problema com o pai, é muito comum o senhor Hoke ligar para Martin e ele precisar de privacidade.Minha intuição estava apitando, alguma coisa me dizia que nada de bom aconteceu, eu perguntei a um segurança que estava no corredor se ele havia visto pessoas com a descrição dos dois, ele disse que não, mas que talvez estivessem na "área de descanso" no terceiro andar, eu segui até lá, um espaço completamente aberto e cheio de mesas, havia um bar mas já estava fechado por conta do horário. O local é bem aberto e acima entra bastante sol pois é aberto, achei bastante peculiar.Estava bem escuro, então não vi ninguém, eu virei para ir embora, quando ouvi o barulho de uma mesa se mexendo, me assustei rápido e voltei a olhar, segui em direção ao barulho e tudo foi ficando mais claro. Eu cheguei no canto da área, na última mesa, meu coração deu um pulo, mesmo se fosse em uma escuridão total, ou mesmo se eu fosse cega, ainda saberia que Martin e Dalila estavam ali. E o pior, estavam se beijando e fazendo sexo em cima da mesa.— Mas – engoli em seco. — Que merda é essa? – gritei.Comecei a ouvir um barulho esquisito no meu ouvido, minhas pernas perderam completamente a força e parece que meus braços também.— Olívia. – ele se assustou e tentou vestir sua roupa.Dalila nem se mexeu, apenas permaneceu imóvel, de costas para mim, Martin conseguiu levantar sua calça, mas meus olhos já estavam banhados pelas lágrimas, na verdade minha mente estava perdida, eu estava perdida.— Como você pôde fazer isso? Eu.. você acabou de me pedir em casamento. — eu berrei.— Calma. Olivia, vamos conversar. — ele deu um passo a minha frente.— Não há nada para conversar, ela nos pegou transando, Martin, diga a verdade, estamos apaixonados. – Dalila finalmente disse algo.— O que? Que palhaçada é essa? — questionei encarando os dois.— Isso mesmo, ele só está com você porque você é burra e faz tudo por ele. — ela respondeu.— Do que você está falando, sua traidora... – eu sussurrei. — Vou dizer a todo mundo que você é uma vadia que transou com meu noivo, e você, Martin, nunca mais fale comigo, tenho nojo de vocês dois... — virei as costas e corri.Eu corri tanto, mas ao mesmo tempo não fui muito longe, me apoiei na mureta de segurança , senti minhas pernas faltando a força. Eu quis me enfiar em um buraco. Acho que meu corpo pesou tanto para a frente, porque senti a impressão de ser empurrada para as muretas de proteção do prédio, pois em um momento eu estava segurando, de cabeça baixa, no outro eu estava... despencando, meu corpo era empurrado para baixo e a última coisa que eu vi, foi o corrimão da mureta de proteção, depois disso, senti minha cabeça pesada e depois a escuridão me tomou.Ele tocou levemente o rosto de Rosalie, e embora ela soubesse que ele se sentia culpado pelo que dissera, ela havia compreendido perfeitamente o seu sentimento. Seus dedos deslizaram suavemente pela pele dela, traçando o contorno de suas bochechas, como se quisesse apagar todas as palavras ditas sob o peso do desespero. Seus olhares se encontraram, revelando uma conexão profunda e inquebrável, forjada nas provações que enfrentaram juntos ao longo dos anos.Rosalie, por sua vez, revivia em sua mente os momentos em que se sentiu sozinha e sem forças, quando Duncan se afastou. Embora fosse uma mãe dedicada, com filhos que dependiam dela, esses momentos de solidão a haviam feito sentir uma fraqueza interior, uma sensação de vazio que parecia não ter propósito. Ela tinha lutado com determinação, mas não podia negar as cicatrizes emocionais que aquelas separações haviam deixado.A mulher olhou para ele por mais alguns segundos, seus olhos refletindo uma mistura de sentimentos. As palavras e
Naquele momento terrível, Duncan experimentou uma dor alucinante, uma agonia que parecia transcender os limites da própria compreensão humana. O impacto brutal contra a parede foi como uma avalanche de sofrimento, uma força devastadora que lhe roubou o fôlego instantaneamente. Mesmo que seus pulmões se debatessem em busca de ar, a respiração lhe foi negada, afogando-o em um silêncio angustiante.Todavia, em meio ao mar agitado de sensações avassaladoras, seu único pensamento persistente era o vazio angustiante de suas mãos.Em sua mente, ele revivia o momento em que desesperadamente tentara erguê-las na direção de Rose, uma tentativa desesperada de protegê-la, de assumir parte do impacto da explosão iminente e da parede que se aproximava perigosamente. Mas o destino, caprichoso e implacável, o lançou em direção à parede em uma fração de segundo, separando-o da mulher que amava. Enquanto sua visão turvava e o mundo girava ao seu redor, a única imagem que lhe restou foi a de suas mãos,
Ele podia perceber no olhar de Rosalie uma mistura de emoções, incluindo trauma e arrependimento, e entendia que as cicatrizes emocionais do que havia acontecido eram profundas. No entanto, ele não se permitia sentir arrependimento por suas escolhas, pois elas os haviam conduzido até aquele momento crucial em suas vidas.Observou atentamente quando Rosalie desviou o olhar para suas próprias mãos, como se evitasse encará-lo diretamente. Era nesse gesto que ele reconhecia um sinal de que ela estava lidando com questões internas, questões que haviam surgido desde que ele tomara decisões que jamais imaginara tomar.Havia uma escuridão que se infiltrara em sua alma, algo que ele enfrentara ao longo de uma jornada tortuosa e cheia de perigos. Ele se sentia como alguém navegando em um mar negro, lutando contra criaturas aterradoras e monstruosas, e agora compreendia que, de certa forma, havia se transformado em uma delas. As escolhas que fizera haviam cobrado seu preço, e ele não podia volta
Rosalie viu tudo ao seu redor acontecer tão lentamente que, por um momento, ela acreditou que era ela a levar o tiro. A cena se desenrolou diante de seus olhos como um filme em câmera lenta, e a sensação de iminente despedida pairou no ar.Era ela a partir daquele mundo, e tudo em que conseguiu pensar foi que era justo que sua última visão fosse o rosto do homem que amava com tanta força. Seu coração parecia congelado em seu peito enquanto enfrentava o que parecia ser o fim iminente. Ela só lamentou não poder ver o rosto das crianças uma última vez, mas naquelas circunstâncias, era uma dádiva que eles não estivessem ali, poupando-os dessa cena de violência e perigo.Então, ela caiu para trás, seu corpo sendo puxado por Louie, e ambos bateram com força contra o chão frio e duro. A dor de seu impacto foi como um choque em seu corpo, mas a adrenalina ainda bombeava forte em suas veias.Rosalie ainda sentia as mãos de Louie sobre ela, sua presença dominando seu campo de visão, e apenas qu
O olhar de Duncan estava vermelho, e seu corpo estava cheio de adrenalina quando o corpo inerte do homem caiu ruidosamente no chão, inundando-o com um alívio profundo. Finalmente, o homem que havia orquestrado sua morte estava agora sem vida, seu plano nefasto completamente frustrado. No entanto, essa vitória amarga era obscurecida pela angústia que sentia pela incerteza do paradeiro de Rosalie.A notícia de que ela não estava mais presente na casa de Victor o dilacerou, mas Duncan não estava disposto a se render à desesperança. O som distante de tiros ecoou mais uma vez, proveniente do térreo, indicando que os homens leais a Victor ainda resistiam, como obstáculos persistentes em seu caminho. Determinado a resgatar sua amada, ele se virou e saiu pelo corredor, acompanhado por seus leais companheiros. Duncan mantinha sua arma firmemente em mãos, pronto para enfrentar qualquer obstáculo em seu caminho.Ao chegarem à metade do corredor, foram surpreendidos por homens leais a Victor, e o
Rosalie foi arrastada com brutalidade para um quarto que mais parecia uma prisão, onde um vai e vem constante de mulheres entravam e saíam, como se estivessem participando de um sinistro ritual. O ambiente, apesar de espaçoso, transmitia uma sensação de opressão. As paredes claras, embora belas, pareciam se fechar sobre ela, tornando o espaço ainda mais claustrofóbico. No centro do quarto, uma majestosa cama de dossel dominava a cena, e um espelho grande e luxuoso, refletindo a agonia nos olhos de Rosalie, adornava uma das paredes.No canto do quarto, estrategicamente posicionado como um troféu sinistro, encontrava-se um longo vestido de noiva, uma obra-prima de seda pura. O busto do vestido era esculpido com precisão, um corte reto que se desdobrava elegantemente em uma cauda longa, que fluía como um rio de cetim.Rosalie não precisava de explicações para compreender o que estava acontecendo com ela naquele momento angustiante.Enquanto uma das mulheres, com mãos ágeis e impiedosas,
Último capítulo