Capítulo 3

Rosalie deu seu último adeus a Duncan e se deixou levar por seu filho Bastien e sua filha Angelika.

Na saída do cemitério Rosalie viu o carro de Louie estacionado.

Ela ignorou e voltou para o casarão, onde cuidou da casa e dos filhos.

Rosalie ignorou as ligações de Louie, que insistia em falar com ela.

No quinto dia ela atendeu.

Não era seu Ex cunhado.

Era uma ligação do escritório do Grupo Empire.

Ela estranhou, só teria uma reunião com os diretores daqui a alguns dias, precisava decidir com quem ficaria o cargo de CEO que pertencia a Duncan.

A antiga secretária de Duncan a alertou que, seu antigo cunhado estava em reuniões secretas com alguns membros do conselho administrativo.

" A viúva não tem competência para gerir as ações de meu irmão"

Rosalie tinha quase certeza que era isso que Louie dizia nas reuniões.

Ela terminou a ligação e com o compromisso de almoçar com a secretária no dia seguinte.

Como Louie ousava fazer reuniões secretas para colocar em dúvida sua competência?

Rosalie passou o restante do dia pensando nas artimanhas de Louie.

— Ele está fazendo reuniões em sua sala com alguns acionistas, Sra. Valois.

Rosalie olhou para Leonor enquanto ela dizia aquelas coisas.

Não conseguiu esperar até o dia seguinte e marcou para um jantar na noite do mesmo dia.

— Como sabe que eu era o conteúdo da reunião, Leonor?

A secretária suspirou, então bebeu um pouco de água antes de responder.

— Ele me pediu para fazer uma enquete sobre a Sra.

Rosalie a encarou.

— Enquete?

Leonor tirou algumas fotos da bolsa, e entregou três fotos reveladas que a fizeram tremer de ódio.

Nas fotos havia uma enquete com várias fotos dela em serviços domésticos, e inclusive informações sobre suas habilidades.

Aparentemente segundo Louie, ela só tinha habilidades para o lar.

Rosalie trincou os dentes, havia trabalhado duro sua vida toda, levando em conta o início de sua vida.

Sua vida de dona de casa se iniciou com o casamento com Duncan, e nunca se arrependeria disso.

Ela agradeceu a honestidade de Leonor, que estava constrangida de ter participado daquilo e ficou com as fotos.

Pegou seu carro e jogou as fotos do banco ao lado.

Enquanto dirigia não conteve as lágrimas.

Principalmente quando olhou para a aliança em seu dedo.

— O que farei sem você agora, Duncan como posso enfrentar isso? — Esbravejou como se ele pudesse ouvi-la.

Quando finalmente estacionou, ela saiu do carro e bateu à porta.

Ela deu uma olhada rápida em seus filhos e seguiu para seu quarto.

Quando entrou não acendeu todas as luzes, apenas o abajur e começou a tirar sua blusa ficando apenas de sutiã.

Quando se virou para a cama, foi surpreendida quando percebeu que havia uma figura sentada na penumbra.

Antes que pudesse reagir, foi jogada contra a parede pela figura masculina.

Rosalie encarou os olhos azuis tempestivos de Louie Valois.

Ele a segurava com força, pressionando-a na parede cada vez mais.

— Estou muito cansado, Rosalie, desse joguinho de não atender minhas ligações. — Pronunciou o homem perto demais.

Ela tentou empurrá-lo, sem sucesso.

O desgraçado era forte.

Pensou em gritar, mas não queria assustar Bastien e Angelika, estavam sofrendo com o luto.

Teria que encarar aquilo sozinha.

— Invasão de domicílio, posso dar parte de você na delegacia! — Ameaçou.

Tinha que mostrar que ele não a amedrontava, pensou Rosalie.

Louie respirou fundo, e respondeu:

— Vim para propor um acordo a você.

Como se ele quisesse ratificar o que dizia, em tom amigável, ele a soltou.

Mas manteve uma distância curta entre eles.

— O acordo é casar-se com você? Melhor me esfaquear.

Ele riu, mas havia um brilho obscuro em seus olhos.

— É uma sugestão?

Ela levantou a mão para desferir outro tapa contra ele, mas Louie já estava esperando e segurou seu pulso.

— Na próxima, vou revidar. — Avisou o homem. — E não será da maneira que está pensando.

Ela sentiu arrepios ao ver toda a insinuação em seus olhos.

Com um aperto desnecessário ele soltou seu pulso.

Seu coração batia descompassado, e ela engoliu em seco.

Torcendo para que ele não notasse como a percepção de estar em um espaço fechado com ele a assustava.

— Passe as ações de Duncan para mim, me ajude a ter o poder que ele tinha no Grupo Empire.

Seu olhar azul era intenso e sombrio.

— E se eu me recusar?

O homem se aproximou, e novamente ela se viu encurralada, entre ele e a parede.

Louie se inclinou e sussurrou em seu ouvido:

— Eu a farei sofrer, e vai desejar ter se casado comigo e ter entregado as ações.

Ela o empurrou e cuspiu em seu rosto.

— Eu não entregarei nada a você. Nunca terá nada que foi de Duncan, e isso inclui a mim.

O homem limpou o rosto, e ela aguardou uma explosão dele, mas não veio.

Louie Valois sorriu e suavemente respondeu:

— Veremos, Sra. Valois.

Ela o viu seguir para a varanda e desaparecer ali.

Rosalie cerrou os punhos, sentindo todo o sangue de seu corpo ferver.

O ódio por aqueles que almejavam o que era de Duncan a fez morder os lábios, até sentir o gosto metálico do próprio sangue.

Na manhã seguinte, Rosalie ligou para Eleonor e pediu um favor.

Quando chegou o fim da tarde, a secretária avisou que Louie Valois estava no início de mais uma de suas reuniões para difamá-la.

Rosalie se arrumou e foi direto até o escritório do Grupo Empire.

A secretária Eleonor lhe entregou a pasta com as informações que lhe pedira na noite anterior, e lhe indicou onde estava acontecendo a reunião.

Ela seguiu para o décimo primeiro andar e quando chegou as portas da sala, as abriu sem qualquer cerimônia.

O que viu foi diversos acionistas, diretores de setores, e Louie no centro, onde apresentava vários slides dela.

Ela sorriu para todos e caminhou até parar ao lado de seu ex cunhado ousado.

— Boa tarde, senhores.

— Está invadindo uma reunião executiva, Sra. Valois, seu luto a está afetando mentalmente. — Anunciou Louie.

Rosalie o olhou.

Então voltou seu olhar para as fotos, onde habilmente colocava em pauta suas capacidades mentais para uma empresa, com a magnitude do Grupo Empire.

Canalha.

— Receio que eu sou a única pessoa que não poderia faltar nessa reunião, considerando que é toda dedicada a mim. — Respondeu.

Rosalie olhou nos olhos de todos aqueles homens, e reconheceu alguns rostos que frequentaram jantares em sua casa, com Duncan.

Ela abriu a pasta e foi jogando fotos para todos aqueles homens.

O perfil do homem a quem estavam ouvindo falar a seu respeito estampado nas fotos.

Louie em casas noturnas bebendo até arrumar brigas, cercado de acompanhantes de luxo...

E o principal, suas notas na faculdade.

Que por sinal, eram muito abaixo das dela.

— Esse homem não sabe nada sobre as qualidades de um CEO, e como sua imagem está atrelada a da companhia que representa!

Ela continuou adicionando mais fotos de todos os cursos ao qual ele desistiu, e todos que ela foi aprovada.

— Não nasci em berço de ouro, e nunca me dei ao luxo de abandonar coisa alguma imposta a mim! — Ela olhou para Louie. — Não tenho medo de você, não é competente para me amedrontar.

Rosalie se voltou para os homens que a olhavam atentamente.

— Tenho total consciência do cargo que Duncan desempenhava aqui, e de sua importância. Apenas digo, que não ouçam palavras venosas, mas vejam com seus próprios olhos.

Rosalie olhou para os acionistas, então continuou:

— Eu não convocaria reuniões como essa, fofocas de criança! Eu faria reuniões para aumentar nosso lucro, para valorizar nossas ações no mercado!

Agora ela possuía toda a atenção dos homens.

— Mesmo em meu luto, eu pensei na empresa, e como a morte de Duncan a afeta, não dei declarações na mídia sobre a explosão suspeita, porque isso traria perguntas indesejadas! Podem me olhar com descrença por ter passado boa parte da vida como uma dona de casa, contudo, eu sou mais parecida com Duncan do que seu próprio irmão. — Finalizou a viúva Valois.

Com essa declaração, Rosalie Valois os deixou.

Ela não recebeu mais nenhuma ligação de Eleonor nos dias que se seguiram.

Quando finalmente chegou o dia da reunião dos diretores, ela recebeu algumas ligações de alguns deles.

Eles declararam seu apoio a ela.

Rosalie atravessou o saguão do escritório do Grupo Empire, ignorando os olhares dos funcionários.

Ela entrou na enorme sala de reunião, e ficou decepcionada ao perceber que muitos diretores não se deram ao trabalho de comparecer.

É claro que o diretor de tecnologia, Louie Valois estava presente.

Ela quis apagar o sorriso em seu rosto com uma bofetada.

Contudo, ela respirou e os cumprimentou.

Ao se sentar na cadeira que foi de Duncan, percebeu os olhares de desgosto dos diretores.

Mas também percebeu os olhares de dois diretores, que confirmaram seu apoio a ela em ligação.

Ambos frequentaram sua casa no passado, e Duncan os estimava.

Ela se levantou e anunciou:

— Vocês devem estar se perguntando o que farei com as ações de Duncan Valois, se vou vender, ou repassar seu controle para outros — ela olhou de modo significativo para Louie, que a olhava atentamente. — Nenhuma das opções está correta, diretores!

Ela viu os homens se entreolharem, confusos, e um deles perguntou:

— O que a viúva Valois fará, então?

Ele era o diretor de marketing, ela o reconheceu.

Rosalie olhou nos olhos de cada um daqueles homens.

— Eu assumirei a gestão das ações do meu marido, e me nomeio CEO do grupo Empire!

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