ENTRE BALÕES E VERDADES
Alexandro
Hoje o céu está limpo e azul como se tivesse sido pintado a mão.
O jardim cheira a manjericão e terra molhada. Julian está sentado na sombra de uma amoreira, com um balão amarrado ao pulso e dois carrinhos de brinquedo aos pés. Observo à distância por alguns segundos antes de me aproximar.
— Posso brincar com você? Pergunto, tentando conter o nervosismo que cresce no peito.
Ele levanta os olhos devagar. Há desconfiança ali. Mas também curiosidade.
— Pode. Diz, com a voz fina e suave, puxando um dos carrinhos e empurrando em minha direção.
— Esse é o mais rápido.
Sento ao lado dele, no chão, aceitando o carrinho como se fosse um presente sagrado.
— Obrigado. Acho que vou precisar treinar para acompanhar esse aqui.
Julian sorri, tímido. O sorriso dele tem algo da Aria e algo que é só dele.
É como ver uma estrela surgir em meio à noite.
Empurramos os carrinhos por um tempo. Ele faz sons de motor com a boca, me corrige quando derrapo errado em uma cu