Sonhos ao Luar
A noite já se impôs por completo. O sítio silencia, salvo pelo farfalhar ritmado das folhas e pelo coaxar compassado dos sapos no lago.
O calor suave das lanternas que pendurei no caramanchão ainda reverbera no ar, piscando como vagalumes atentos ao nosso próximo sonho. Deixo o laptop fechado sobre a mesa de madeira, sentindo a rusticidade do móvel alimentar minha sensação de pertencimento, e caminho lentamente até o quarto de Julian.
Ele dorme profundamente, embalado pelos contos que li ontem. O edredom estampado de estrelas deixa escorregar para fora um bracinho.
Aproximo‑me com cuidado, contemplo seu rosto sereno e sinto um aperto delicioso no peito. Cada suspiro, cada movimento leve de seus cílios, lembra-me de que minha vida tem um sentido maior do que qualquer relatório corporativo.
Saio do quarto de pés descalços e me dirijo à varanda. A lua cheia derrama seu brilho prateado sobre o campo, e as luzes tênues das lanternas completam a cena, criando um jogo de so