Chegando
Apesar da dor e da saudade que carrego, sinto uma centelha de esperança.
O sítio será nosso refúgio, nosso lugar para recomeçar. E, pela primeira vez em muito tempo, acredito que isso pode dar certo.
Abro a porta da casa com as mãos trêmulas. A madeira range sob a pressão, como se estivesse despertando de um longo sono.
O cheiro de lugar fechado mistura-se ao leve aroma das lembranças que ainda parecem impregnadas nas paredes.
É como se o tempo tivesse parado, deixando vestígios de risadas, histórias e do amor que moldou minha infância.
Entro devagar, meu coração acelerado, e fecho a porta atrás de mim. A sala de estar é o primeiro cômodo que vejo, e, apesar da poeira e do desgaste, ainda reconheço cada detalhe.
O sofá antigo que minha mãe tanto amava está ali, coberto com um lençol branco. A lareira de pedra, onde passávamos noites frias conversando e ouvindo histórias do meu pai, parece exatamente como eu me lembrava.
Caminho até lá, passando os dedos pela superfície á