Sombras na Engrenagem
Adriano
Volto para o meu escritório com os relatórios que levei para a reunião com Alexandro. Algo não bate. O dinheiro não desapareceu de forma aleatório.
Há um padrão. Pequenos valores foram desviados ao longo de meses, sempre mascarados como pagamentos legítimos. Mas agora, com Alexandro afastado, a operação se tornou mais ousada.
Abro a planilha mais uma vez, cruzando os dados. Empresas fantasmas, notas fiscais alteradas, transferências fracionadas. Quem fez isso sabe exatamente como ocultar rastros.
Pego o telefone e ligo para Sebastião, chefe de tecnologia e segurança da empresa.
— Preciso que você analise todas as transações financeiras dos últimos seis meses. Quero saber para onde foi cada centavo.
Ele hesita.
— Você acha que é algo interno?
Respiro fundo.
— Acho que estamos lidando com algo muito bem planejado.
Após desligar, sinto um peso se instalar em meu peito. Isso não é só um erro de contabilidade. É uma engrenagem funcionando há meses, talvez ano