[ALGUNS DIAS DEPOIS]
O avião aterrissou no Aeroporto de Roma-Fiumicino com um leve solavanco. Eu senti meu estômago se apertar e não era apenas pelo pouso.
Novembro na Itália. Em uma semana eu faria trinta e um anos. A ideia de comemorar essa data tão longe de casa, me anima e me entristece ao mesmo tempo.
No desembarque, a multidão se movia em um ritmo frenético, com vozes em italiano, inglês e outros idiomas se misturando ao som dos carrinhos de bagagem. Enquanto eu seguia as placas em direção à retirada de malas, meus olhos varreram o saguão, procurando o motorista que Helena havia mencionado. Ela me garantira que alguém da vinícola, a Cantina Bellavista, estaria me esperando para me levar ao hotel onde eu ficaria hospedada durante o próximo mês. A campanha dos vinhos secos era um projeto ambicioso, e eu sabia que essa era a chance de ouro para minha agência se destacar.
Então, vi um homem segurando uma placa com meu nome escrito em letras garrafais: Letícia Mattos. Ele era jo