Victor respirou fundo, apoiando os cotovelos nos joelhos, com o olhar perdido no chão. Quando finalmente ergueu a cabeça, a voz saiu mais baixa, carregada de sinceridade:
— Eu também não sei, Rayra... não sei quem eu sou direito. Desde que me separei, vivo em oscilações de depressão. Um dia eu tô bem, no outro parece que nada faz sentido.
Fez uma pausa, com os olhos marejando, mas sem deixar as lágrimas caírem.
— Eu gosto de você... não só como mulher, mas como pessoa. Me identifico, te admiro. Vejo em você algo que não encontrei em outras pessoas.
— Acho que é porque nossas vidas foram tão diferentes, e mesmo assim eu sinto essa ligação.
Um sorriso triste surgiu em seus lábios.
— Eu confesso que gosto de brigar, de pirraçar... mas me arrependi do que fiz naquele dia. Você não merecia ouvir nada daquilo.
— Eu descontei minhas frustrações em você.
De repente, o silêncio tomou conta do quarto. Ele não conseguiu continuar, como se o peso das próprias palavras o tivesse esgotado.
Rayra r