Rayra levantou-se devagar, ainda com um sorriso nervoso no rosto. Tentou transformar em piada, mas por dentro o coração estava pesado. “Se ele soubesse que eu não posso ter filhos...” pensou, e o nó em sua garganta apertou ainda mais. Nunca teve coragem de contar aquilo para ninguém, muito menos para ele. Era uma ferida sensível demais, guardada a sete chaves.
— Você é muito intenso, Victor... — disse, rindo sem graça.
— Está passando por um momento difícil. Quando clarear as ideias, quando estiver em menos conflito consigo mesmo, com seus sentimentos, com o seu modo de se relacionar... você vai refletir e vai perceber que isso é uma ideia sem pé nem cabeça.
Victor ficou calado, apenas a observando, mas ela continuou, mais firme:
— Filho é coisa séria. É para a vida toda. Com quem você tiver um filho, vai estar ligado a essa pessoa para sempre. Não tem nada mais lindo no mundo do que gerar um filho no amor. No amor verdadeiro. Não por carência, não para tampar um buraco ou preencher