Lia passou o resto do dia deitada, com o quarto escuro refletindo seu estado de espírito. Chorava intermitentemente, dominada pelo medo de perder o bebê e pelo terror de passar necessidade. Seu orgulho, porém, permanecia falando: ela não queria recorrer a Lysandro.
O pânico de perder o bebê e a necessidade a impulsionaram. Na manhã seguinte, bem cedo, ela levantou às 5h, ignorando as ordens de repouso, e foi de ônibus até a casa dele, deduzindo que andar um pouco não faria mal.
Chegou antes das 7h, o sol ainda mal havia despontado. O carro de Lysandro estava na garagem, confirmando sua presença. Ela estava sentada na mureta do jardim, pensativa, esperando.
A senhora que trabalhava na casa, Santina, chegou.
— Bom dia, moça, está esperando alguém? — Santina perguntou, gentilmente.
Lia se levantou, desconcertada.
— Oi, bom dia. Eu vim falar com o Lysandro, mas ele não sabe que eu vim. Estou esperando ele acordar.
Santina sorriu, imaginando que aquela era a moça que havia fugido dele.
— A