capítulo 11

Narrado por Bianca)

Fechei a porta do quarto e encostei as costas nela.

Fiquei ali por alguns segundos.

O som do silêncio do lado de fora batia mais alto que qualquer coisa.

Sentei na beirada da cama, o coração apertado.

Ia voltar pro trabalho.

Pro mesmo lugar onde minha vida com o Gustavo começou.

Onde eu entregava café com o nome dele escrito na caneca.

Onde organizava as reuniões, os horários, as viagens.

Mas agora…

Agora o dono da sala era outro.

Caio.

E por mais que eu quisesse sentir raiva…

eu não conseguia.

Ele esteve ali quando tudo desabou.

Quando o mundo enterrou o nome do Gustavo sem corpo, sem velório, sem tempo.

Caio segurou as pontas.

Cuidou do Enzo quando eu não conseguia levantar da cama.

Pediu silêncio quando a dor falava mais alto.

Ele é um bom homem.

Não roubou nada.

Só… ficou.

Mas mesmo assim…

Tem alguma coisa dentro de mim que não sossega.

Talvez seja culpa.

Talvez seja só saudade.

Ou talvez… seja a certeza de que, se o Gustavo entrasse por essa porta agora,

o mun
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