O quarto de Samuel era seu refúgio, um espaço onde brinquedos e desenhos o conectavam a um mundo onde a tristeza e a complexidade dos adultos parecia distante. Mas nem ali conseguia esquecer a perda do avô e o medo de perder também os pais.
Ao entrar no quarto de Samuel, Diego viu o menino sentado na cama, abraçando seu urso de pelúcia favorito, um presente antigo de Roberto.
Ao erguer os olhos e notar a presença de Diego, sem largar o brinquedo, Samuel pulou da cama e correu na direção dele, os braços pequenos envolvendo-o com força pela cintura.
— Papai, não me deixa — pediu erguendo os olhos marejados.
Diego se abaixou, ficando à altura do menino.
— Não irei a lugar algum. Estarei sempre aqui, ao seu lado — prometeu acariciando-o os fios escuros do cabelo da criança, observando-o como se fosse à primeira vez.
E de fato sentia que era a primeira vez, a primeira em que buscava traços do irmão no menino. Não entendia a decisão de Roberto em ocultar que Luiz teve um filho.
Luiz não foi