Penélope trabalhou obstinadamente o restante do expediente, apesar das dúvidas interferindo sua concentração e o sono. Quase não dormiu a noite, nem nas anteriores, por culpa das tramoias de ambos os Freitas. Quando enfim deu seu horário, desligou ansiosa o notebook e, segurando a vontade de olhar para o homem a sua frente, recolheu suas coisas.
— Já vai?
Apertou o botão lateral de seu smartphone, pousado na escrivaninha, e, quando o horário reluziu na tela, o virou apontando as horas.
— Trabalhei exatas nove horas — resmungou ao captar um tom reprovativo na voz dele. — E tenho de buscar o Samuel na escola.
Normalmente saia dez minutos antes, mas, com Diego de olho em todos os seus movimentos, segurou-se.
— Nem vi o passar das horas. — O comentário irritou Penélope, que sentiu cada segundo de estar na mesma sala que ele, e torcera o tempo todo pelo fim do dia. — Só um minuto que já te acompanho — ele disse fechando os arquivos em que mexia para desligar seu notebook.
— Não é nece