O filho do homem de Coração Sombrio
O filho do homem de Coração Sombrio
Por: Taty Costa
Prólogo

Helena não pensou que existisse tamanha dor...

— Respire senhora Helena, respire! — A médica dizia a todo momento, enquanto a preparava.

— Sou senhorita! — Ela respondeu e gritou com a dor.

— Está bem senhorita. Vamos colocar essa criança no mundo.

Helena apenas concordou com a cabeça. Pensou que nada ali estava certo, que ela não deveria ser mãe.

A médica a anestesiou, agora podia cortar a carne de Helena sem querer ela sentisse tanta dor.

Helena olhava a todo momento para baixo, curiosa, pensava que dali não sairia bebê nenhum, que seu caso era outro e quando descobrissem, ela já estaria morta. Infelizmente, um tecido separava ela da visão.

Por fim, a dor parou. Helena se questionava se havia morrido, se sua vida tinha chegado ao fim e por isso, não era mais capaz de sentir dor.

Junto com o alívio da dor ter cessado, veio um sentimento novo e forte. Seu coração batia descompassado, como se visse o amor de sua pela primeira vez.

O choro fino, baixo e infantil tomou conta do ambiente, deixando Helena emocionada também.

— Um menino, senhorita. É um menino. — A voz da médica era alegre e aquecia o coração de Helena como o sol.

— Quero vê-lo, deixe-me ver o meu filho. — Helena pediu com a voz embargada. Se coração quase parou quando sentiu o pequeno bebê ser depositado em seu colo. — Olá meu amado filho! Estou muito feliz em ter você.

Helena chorou e se culpou, pensou em todas as vezes que amaldiçoou sua gestação, da confusão de sentimentos e até mesmo do dia em que pediu a uma professora do internato que lhe desse algum remédio abortivo.

— Qual será o nome, senhorita?

— Nome? — Ela indagou e olhou o bebê se acalmar em seus braços, sorriu pensando que valeu a pena, que a dor valeu por ter como segurá-lo em seus braços. Pensou nas aulas de história e mitologia, seu filho tinha o rostinho delicado e angelical. — Ele se chamará Eros. Assim como o cúpido. — Ela riu da referência. pensará que aquele era o seu primeiro amor. O seu filho.

Logo depois Helena foi levava para um quarto isolado, ali ela ficaria com Eros.

— Senhora, meus pais não vieram? — Helena perguntou.

— Não querida, sabe que desde o início da gestação que eles não aparecem por aqui, avisamos do nascimento, mas estão irredutíveis, não querem lhe ver.

O coração de Helena se partiu naquele momento, tinha um filho e mais nada. Não tinha um marido, um pai para o seu bebê, um emprego ou apoio da família, tinha apenas Eros.

— Como vou cuidar dele? Como conseguirei o que ele precisa? — Helena se preocupou. O que poderia fazer da vida agora que era mãe e não tinha nada e nem ninguém.

— Assim que se recuperar do parto, fale com a diretora, peça um emprego aqui mesmo e siga em frente.... Bom, pode pedir ajuda a o pai da criança, basta dizer quem é. — A senhora que a levou para o quarto disse.

— Não posso, pois não sei quem é o pai, afinal, nunca estive intimamente com um homem.

A senhora riu de lado, pensou que Helena era muito boba de repetir isso, pois ninguém, jamais acreditaria nela.

— Seu filho está fazendo alguns exames, descanse, logo ele estará com você.

A senhora saiu do quarto e Helena chorou sozinha, chorou aflita por não saber o que seria dela ou de seu filho, chorou pensando que tudo aquilo só podia ser um pesadelo, e que talvez quando acordasse nem mesmo Eros existiria, por esse lado, ela não queria que fosse um sonho, pois já amava seu bebê, o pequeno cupido Eros, havia flechado seu coração.

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