A casa estava silenciosa, mas o ar parecia mais denso do que o normal. Cassie deixou o casaco sobre a cadeira e respirou fundo, tentando disfarçar o turbilhão que Kallias havia despertado dentro dela.
Uriel, que estava encostado na bancada, apenas a observava — o olhar calmo, quase analítico, mas atento demais para ser distraído. Ele segurava uma faca e cortava as ervas com precisão, sem romper o silêncio.
Cassie se ocupou com as frutas, fingindo naturalidade. Mas sabia que o lobo dele podia sentir cada centelha de tensão que ela tentava esconder.
— O piquenique foi bom? — ele perguntou, a voz grave, rouca como se tivesse acabado de acordar.
— Foi, sim. — Cassie sorriu, aliviada por ele mudar de assunto. — Tyler e Taylor estavam impossíveis. Riram o tempo todo, me encheram de piadas... e de beijos. — Ela riu sozinha, balançando a cabeça. — Pareciam dois garotos disputando quem me fazia corar primeiro.
Uriel soltou um som que era meio riso, meio suspiro.
— Jovens com energia demai