Depois de ter sido deixada no altar, Mary não perdeu sua fé no amor. Depois dos seus dias de choro seguiu em frente e resolveu seguir o ramo de organizadora de casamentos. Quando sua firma é contratada para cuidar do casamento de uma velha colega de escola ela se depara com uma surpresa dolorosa e agonizante. Ao invés de deixar o trabalho ela resolve lidar com essa situação do jeito mais atrapalhado e errado que ela e sua amiga conseguiram encontrar. Procurando por um noivo nos classificados.
Leer másMary
A música do despertador que eu começava a pegar raiva começou a tocar anunciando o começo de mais um dia. Coloquei as pernas para fora do coberto me sentando na cama e desliguei o despertador me espreguiçando.
Levantei abrindo as cortinas e contemplei a paisagem nublada de Nova Iorque antes de caminhar até meu celular que comerá a tocar.
"Sim?"
"Me diz que já está na rua do escritório." - Olhei para o relógio ouvindo o suspiro de Ana e balancei a cabeça.
"Claro que não, tenho tempo ainda, o que foi?"
"Temos uma nova cliente, coisa da sua família."
"Minha?"
"Sua mãe levou uma garota lá, Nanda. Ela vai se casar em dois meses e quer um casamento deslumbrante e temos uma verba enorme." - Afirmou e grunhi.
"Não me diga que é Byers, por favor." - Pedi.
"Esse ai mesmo."
"Minha mãe perdeu a noção, eu não vou fazer esse casamento nem amarrada!" - Exclamei seguindo para o banheiro.
"Como assim doida? Essa mulher é uma socialite famosíssima, vai trazer prestígio pra gente."
"Ela é uma ex-colega de escola, pessoa insuportável, não posso aturar ela novamente." - Choraminguei colocando a escova na boca.
"Querida, estamos falando de dinheiro e nem sua colega de escola vai me impedir de reformar meu apartamento, por isso se arrume e traga sua bunda pra cá, eu te protejo se ela resolver atacar."
"Eu te odeio."
"Você tem uma hora."
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Depois de descer do uber coloquei minha bolsa sobre o ombro atravessando a rua. Empurrei a porta do escritório entrando no mesmo e Jeni a recepcionista sorriu.
- Ana está na sala com a cliente. - Avisou e assenti agradecendo. Segui para a sala respirando fundo antes de empurrar a porta e o meu sorriso forçado não foi capaz de permanecer firme quando olhei para eles.
- Mary! Oi. - Nanda sorriu ajeitando os perfeitos cabelos castanhos brilhosos. Isso era brincadeira?
- Mary, esses são Nanda e Theodore, nossos clientes. - Ana introduziu esperando alguma reação da minha parte e continuei olhando sentindo meu estômago se revirar.
- É... - Murmurei deslizando vagarosamente na cadeira. - Que ótimo revê-los. - Conclui apertando minhas mãos suadas.
- Mary... Quanto tempo... - Theodore comentou e peguei na pasta que Ana segurava.
- Então... Vão se casar?
- Espero que esteja bem com isso, sei que você e o Theo não terminaram muito bem, mas queríamos as melhores e são vocês. - Sorriu.
- Aonde seria o casamento? - Perguntei evitando qualquer outro assunto. - Campo, praia, casa, igreja...
- Vai ser na casa de campo dos meus pais na Itália. - Afirmou e assenti rabiscando no papel enquanto Ana anotava de fato as coisas.
- Vocês já têm padrinhos ou o total de convidados definidos?
- Os padrinhos sim, mas ainda não fizemos a lista de convidados. - Theodore respondeu.
- Sem problemas, teremos tempo para isso, vamos ver alguns detalhes e entraremos em contato com vocês. Quando podemos ir analisar o lugar? - Perguntei.
- Esse fim de semana seria ótimo. Temos duas semanas por lá com toda a minha família inclusive, chamei a sua também. - Sorriu.
- Ótimo, deixamos isso acertado então. - Disse rabiscando o papel novamente.
- Ligaremos caso falte alguma coisa. - Ana avisou e Nanda sorriu assentindo.
Nos levantamos enquanto Nanda se aproximava me abraçando.
- Não se preocupe com as duas semanas, eu chamei alguns primos, talvez você não fique sozinha. - Sorriu irônica.
- Ah, Mary não seria doida de trair o namorado dela, aquele cara... É incrível. - Afirmou e olhei para ela arregalando os olhos.
- Que bom que encontrou alguém, é importante não esperar pelo passado. - Alfinetou.
- Com certeza. - Sorri nervosa e desviei de Theodore enquanto ele deixava a sala. - Eu tenho um namorado? Sério Ana?! - Ralhei assim que ficamos sozinhas.
- Calma, foi de improvisação. Ela não é legal. - Afirmou recolhendo os papéis.
- Ela é rica, metida e vai se casar com o cara que me deixou plantada no altar, claro que eu não acho ela legal! - Exclamei revirando os olhos.
- Olha. - Disse pegando o jornal e jogando em cima da mesa. - Isso poderia ser uma boa ideia.
Olhei para os classificados e li a pequena propaganda.
"Homem, 27 anos, 1,83, olhos verdes, bonito e bem relacionado. 128 por dia."
- Eu definitivamente não vou contratar um prostituto.
- É acompanhante na verdade, é barato e você pode ligar para ele. - Sorriu me encarando como se tivesse tido a ideia mais genial do mundo. - Eu ajudo você a pagar se for o caso, vamos... Podemos tentar.
- Ele pode ser um louco, estuprador. - Afirmei.
- Liga... Não custa nada tentar. - Deu de ombros me estendendo o celular e balancei a cabeça. - Tudo bem, eu faço isso por você. - Disse saindo da sala e me levantei tentando alcançá-la antes da mesma se trancar na sala.
- Ana, não faça isso comigo!
- Tarde demais meu bem.
Henry
- Como você ainda não conseguiu que isso suma? - Perguntei ao meu assistente tentando manter a calma.
- Desculpe senhor, eu estou tentando dar um jeito. - Choramingou e bati na mesa sobre a página de classificados.
Aquela mulher ordinária. Sabia que não poderia confiar nela. Depois de uma noite e da minha ausência nas semanas seguinte à doida colocou minhas descrições e o meu número nos classificados me vendendo como um garoto de programa.
- Escuta bem Talles, você tem que sumir com isso dai antes do almoço. - Mandei e o mesmo assentiu apressadamente correndo para fora com o celular em mãos.
Deslizei na cadeira massageando a testa quando meu celular voltou a vibrar. Mais uma velha louca me chamando para uma noite. Aquela garota me paga...
Abri a mensagem que depois de carregada apareceu na tela três fotos de uma loira muito bonita.
"Essa é minha amiga Mary e ela precisa dos seus serviços por duas semanas começando nesse fim de semana. Iremos para Itália a trabalho e ela precisa de um falso namorado, pagaremos adiantado, se interessado, por favor, entre em contato nesse número."
Olhei as fotos novamente balançando a cabeça em negação e apertei no número. Eu iria falar umas boas para ela.
"Se você por acaso for o garoto de programa, por favor, desconsidere aquela mensagem e qualquer coisa que minha amiga tenha lhe oferecido." - Começou antes que eu pudesse falar.
"Então você não precisa de um namorado falso?" - Perguntei movido pela curiosidade.
"Não, quer dizer... Talvez."
"Pra que precisa dos meus serviços?"
"O meu quase marido, agora ex-noivo que me abandonou no altar, vai se casar com a minha ex-colega quase o capeta e a minha empresa está encarregada da organização do casamento e a minha futura ex-amiga teve a brilhante ideia de dizer que eu tenho um namorado, que não existe." - Deu uma pausa puxando o ar. - " E por fim, isso será muito humilhante se eu aparecer lá sozinha."
"Não seria mais lógico rejeitar o trabalho?"
"Sim, mas minha amiga quer reformar o apartamento e essa mulher é uma ricaça, dessas que nasce em família rica e vive em capa de revista."
"Eu posso estar retornando a ligação ou mandando uma mensagem daqui cinco minutos?"
"É... Tudo bem." - Murmurou e desliguei o telefone sem dizer nada.
Eu não precisava ter compaixão por alguém que não conheço. Será que ela não tem capacidade para arrumar um namorado de verdade? Deve ser horrível ser deixada no altar, mas que merda...
- Senhor?
- Sim? - Perguntei me ajeitando.
- A reunião das onze... Começa em cinco minutos. - Disse minha secretária e assenti.
- Claro, eu estou indo. - Afirmei pegando o celular.
"De Henry: Encontre-me amanhã no café perto das empresas S.C. As nove em ponto."
"De Mary: Muito obrigada!"
Não acredito que vou mesmo fazer isso...
MaryHenry colocava a fralda de Cecília enquanto eu terminava de escolher sua roupa para o evento de hoje. Laura havia decidido que faria uma festa para comemorar seus dois meses de casada e já havia deixado avisado que seria um grande evento.- Aqui, coloca esse. – disse pegando um vestido azul claro para Cecília.- Estamos um pouco atrasados, minha mãe não para de ligar. – reclamou apoiando Cecília no travesseiro antes de pegar o vestido.- Como eu iria imaginar que ela golfaria na roupa antes de sairmos? – resmunguei lembrando de como ela estava linda no vestidinho rosa que eu havia escolhido hoje cedo.- Eu disse que ela não tinha gostado daquele vestido, Cecília é uma criança de personalidade. – sorriu e revirei os olhos terminando de trocar meu vestido colocando meus saltos. – Prontinha. – sorriu pegando nossa bebê no colo.- Então vamos ou vamos chegar depois da dona da festa. – suspirei pegando a bolsa de Cecília e seguindo Henry para fora do quarto.Chegamos ao local da festa
Mary.Cecília estava cada semana mais espertinha, estávamos completando quatro semanas desde o seu nascimento e não havia alguém próximo que não babasse por ela.Minha mãe vinha um fim de semana sim um não dizendo que não podia ficar muito tempo longe, pois Cecília sentiria falta dela.A mãe de Henry vinha quase toda a semana não importa qual era o horário do voo ela tinha que vir nem que fosse para vê-la dormir.Henry... Não preciso nem comentar. Está se tornando o pai mais babão que eu já vi na vida, todo lugar que ele passa ele compra alguma coisa dizendo que Cecília ira gostar disso mais tarde.E Ana como ela mesma diz, a tia preferida vem toda semana para trabalhar e aproveitar para mimar a minha bonequinha.Eu não consigo nem imaginar quando tiver que sair para trabalhar, deixar Cecília sozinha ainda não é algo que eu consigo fazer.- Ligaram do departamento de policia hoje. – Henry comentou arrumando sua gravata em frente ao espelho.- Por quê? – perguntei terminando de trocar
Henry.Abri a porta cuidadosamente esperando que Mary passasse com Cecília no bebê conforto e sorri.- Bem vinda a nossa casa meu amor. – Mary acariciou seu rostinho delicado enquanto ela continuava dormindo.Ver aquela cena enchia meu coração de uma maneira inexplicável, elas eram tudo pra mim, agora eu tinha uma família a quem eu sempre deveria ser fiel e presente.Minha vida deu uma reviravolta tão grande que eu jamais poderia ter sido preparado para nada disso.Uma mulher que me encontrou em uma situação complicada passando por uma situação completamente fora do meu controle era agora o amor da minha vida, a mãe da minha filha, uma das pessoas mais importantes para mim.Se eu dissesse ao Henry de três anos atrás que era isso que o futuro o reservava ele teria rido na minha cara.Eu cresci e dolorosamente amadureci, sofri e fiz a mulher da minha vida sofrer, mas hoje estamos aqui babando em volta da nossa pequena que dorme tranquilamente como se soubesse o quão amada e protegida e
30 semanas. Mary.Sete semanas se passaram e tudo estava indo incrivelmente bem, chegava a ser até assustador a calmaria que finalmente estávamos vivendo. Agora estava esticada sobre a espreguiçadeira enquanto Henry nadava de um lado a outro da piscina e Michelangelo fazia menção de pular na água.Era sábado e estava um sol agradável para passar uma tarde sem fazer nada, sorri passando a mão pela minha barriga quando senti Cecilia mexer. Antes não mexia agora eu posso senti-la com bastante frequência, mas ainda não mexeu para Henry e ele continua contrariado.Acho que Cecilia já vai nascer de castigo pelo que ele diz.Sorrio quando Michelangelo finalmente cai na água afundando Henry que não esperava pelo seu pulo e gargalho enquanto o cachorro nada até a borda da piscina.- Esse cachorro quer me matar, eu sinto isso. - afirmou ofegante e gargalhei ainda mais.- É por que você não foi passear com ele hoje, bem feito. - acusei.- Você não quis ir c
23 semanas.MaryHenry estava finalmente de alta, Laura e Marta já esperavam em casa enquanto esperávamos o medico acertar os últimos detalhes da sua alta, minha perna estava se recuperando bem, o tiro foi de raspão então havia apenas um machucado, ainda doía, mas saber que Paul não era mais um problema me fazia esquecer tudo isso.Adeline ainda não havia sido encontrada, ainda não sabíamos pra onde ela havia ido ou se estava sozinha e seu pai se recusava a falar qualquer coisa sobre o assunto. Foram inevitáveis os respingos de toda essa bagunça na empresa.Vivian corria contra o tempo para desfazer o negócio enquanto as ações da empresa do pai de Adeline despencavam em meio a toda essa confusão.Eu estava tranquila por ter Henry novamente de volta, mas Adeline solta por aí ainda me incomodava, José havia reforçado a segurança a pedido de Henry e estávamos atentos a qualquer mudança até que aquela louca fosse pega.Assim que chegamos em casa Marta correu em auxilio do filho beijando s
Henry.Amanda andava de um lado para o outro com o celular nas mãos, parecia tensa e perto de perder o controle.- Ele não vem. – gritou de repente para Adeline. – Ele não atende, não manda mensagem, ele deixou a gente.- Não, ele deve ter tido algum problema. – afirmou convicta e olhei para Amanda. Ela estava mais fragilizada, ela era a minha chance agora.- O que nós vamos fazer? Ele disse que hoje acabava tudo. – perguntou e Adeline suspirou pegando seu celular e saindo do galpão.- Ele abandonou vocês nessa. – disse e Amanda se virou para mim. – Você sabe que a família de Adeline tem dinheiro, ela vai dar um jeito de sumir, mas você, o que vai acontecer com você?- Cala a boca. – mandou inquieta.- Ela vai entregar você Amanda e tirar o dela, com certeza foi ligar para o pai, já vai ter os melhores advogados do lado dela, você é a única que vai se ferrar nessa.Amanda olhou para mim se aproximando da barra de ferro onde estava preso e me encarou por um tempo antes de se ajoelhar n
Último capítulo