O Pânico na Farsa: A Culpa no Peito de Gabriel
Gabriel Carvalho
O mundo desabou. Não bastava o escândalo da esterilidade de Dante, nem a humilhação do meu próprio fracasso como CEO. Agora, o fantasma do meu irmão, Antônio Carvalho, retornava das cinzas para me assombrar. Ele não havia morrido em um acidente; ele havia sido assassinado.
A notícia da prisão de Eva Montefiore, com a manchete ligando-a ao assassinato, me atingiu como um raio. O pânico não era pela inocência dela – eu a achava perfeitamente capaz de qualquer coisa – mas pelo que eu sabia e o que ela poderia expor.
Eu estava na sala de estar do nosso apartamento, com Bianca. Estávamos consumidos pela nova enxurrada de notícias que envolvia a nossa família.
— Ele não pode ter sido assassinado, Gabriel! — Bianca estava histérica, andando em círculos com um copo de vinho na mão. O "bebê" dela já tinha ido embora há muito tempo, e agora a única coisa que ela alimentava era o terror. Eu nem mais discutia com ela, Bianca usava u