Priscila Barcella
Chegamos em Aracaju. O hotel era perto da orla, bonito demais, calmo, como se o mundo tivesse parado por um instante para nos deixar respirar. As crianças já estavam dormindo. Max foi direto para o hotel onde estava hospedado com a Rafaela, e eu nem tive forças para questionar. Só queria paz.
Liam colocou Mavie com delicadeza em uma das camas, e eu ajeitei a Nina no meio da cama de casal. Fiquei ali por uns segundos, parada, em silêncio. O coração ainda acelerado, a mente longe. E então me lembrei da prótese.
Me aproximei de Mavie, com o cuidado de quem segura o mundo nas mãos, e retirei com delicadeza a prótese do pezinho dela. A cicatriz estava lá, discreta, mas impossível de ignorar. O pézinho... era menor do que o da Isabela. Quase idênticas, as duas. Mas não eram a mesma. Não era só o corpo que as diferenciava — era o que o mundo tinha feito com elas.
Doeu. Ver aquilo doeu. Não só por ela, mas por mim também. Por tudo que nos roubaram.
Tirei o vestidinho del