Liam Rodrigues
Estava empolgado com meu primeiro dia na FOS. Novo trabalho, novas oportunidades. Mas confesso que deixar a Nina na creche foi mais difícil do que qualquer entrevista de emprego.
No estacionamento, Priscila me abraçava com força, os dedos se apertando contra minhas costas, como se quisesse atrasar o inevitável. Sentia sua respiração quente contra meu pescoço, rápida e descompassada. O nervosismo dela era palpável, e eu me peguei sorrindo. Minha Priscila, sempre tão controlada, agora parecia vulnerável.
Ela se afastou um pouco, só o suficiente para me olhar nos olhos, as mãos ainda firmes nos meus braços.
— Amor, precisamos ir. Se não, vou acabar sequestrando nossa própria filha de volta. — Ela tentou brincar, mas seu sorriso tremia nas bordas.
— E você diz que eu sou o dramático da relação. — Inclinei a cabeça, tentando aliviar o clima. — Mas olha, se quiser desistir, a gente pega a Nina agora e inventa um plano B. Quem sabe começamos nossa própria empresa de babysittin