27. A doce melodia de um amor declarado
A biblioteca, na manhã seguinte à confissão e ao beijo que selara seus destinos, parecia diferente para Jessica Souza. As mesmas prateleiras repletas de livros, a mesma lareira agora fria, o mesmo aroma de couro e papel antigo – tudo parecia imbuído de uma nova magia, a magia da noite anterior, quando Luigi Calegari desnudara sua alma e declarara seu amor.
Jessica acordou sentindo-se como se flutuasse. Um sorriso teimoso brincava em seus lábios enquanto se arrumava para o dia, o eco das palavras de Luigi – "Eu te amo, Jessica" – ainda ressoando em seus ouvidos como a mais bela das canções. A incerteza que a acompanhara por tanto tempo havia sido substituída por uma alegria efervescente, uma certeza que aquecia seu peito. Claro, o medo das represálias dos Moretti, das barreiras sociais, ainda existia, mas agora era um medo compartilhado, um fardo que ela não carregava mais sozinha.
Luigi também parecia um homem transformado. Havia uma leveza em seu passo, um brilho em seus olhos que nã