126. O abismo da verdade e a prova de fogo do amor
As palavras de Laura – "Meu nome é Laura Calegari. Meu pai é Luigi Calegari" – pairaram no ar rarefeito do mirante de Ouro Preto como uma sentença, quebrando o feitiço de seu amor autêntico. O pôr do sol, que antes pintava o céu com as cores da promessa, agora parecia zombar deles, tingindo as nuvens com tons de sangue e melancolia.
Leo a encarou, o rosto uma tela em branco onde as emoções se sucediam em um turbilhão mudo: primeiro, a mais pura confusão, depois a incredulidade, seguida pelo dardo gelado do entendimento e, finalmente, por uma dor que endureceu suas feições e ergueu um muro invisível entre eles. Ele deu um passo para trás, um recuo físico que espelhava o de sua alma.
"Calegari?", ele repetiu, a voz um sussurro rouco, quase inaudível. "Como... como a Calegari Indústrias? A Fundação? Aquele império?" A conexão se fez em sua mente, e com ela, uma sensação vertiginosa de ter sido um tolo, um peão em um jogo que ele nem sabia que estava jogando.
"Então era isso...", ele diss