127. A reconstrução sobre a verdade e a harmonia de duas almas
Laura abriu a porta de seu pequeno estúdio, o coração batendo descompassado. Ver Leo ali, parado à sua frente, o rosto marcado pela angústia das últimas 48 horas, mas com um novo entendimento nos olhos, era ao mesmo tempo um alívio e um terror. Deixou-o entrar, e o espaço, antes um refúgio de sua arte autêntica, tornou-se o palco para a conversa mais crucial de sua vida. O cheiro de tinta a óleo e de aguarrás pairava no ar, um testemunho silencioso da "Laura Monteiro" que ele conhecera, a artista por quem se apaixonara.
Ele caminhou lentamente pelo estúdio, os olhos percorrendo as telas – as paisagens melancólicas de Ouro Preto, os retratos cheios de alma. Era como se buscasse neles a confirmação da mulher que amava, a prova de que ela era real, para além do sobrenome que agora ecoava entre eles como um trovão.
"Eu preciso que você entenda a minha dor, Laura", Leo começou, a voz rouca, virando-se para encará-la. Ele não a acusava, mas expunha sua ferida com uma honestidade que a desar