123. O voo de Laura e a busca pela própria tela
O tempo, para a família Calegari, tornara-se um aliado, um tecelão de dias felizes e de um amor que se aprofundava com a serenidade das estações na Fazenda. Lorenzo, agora com seus vinte e quatro anos, era uma força motriz no Hub de Inovação, um líder respeitado que equilibrava com maestria sua carreira promissora com a dedicação à sua crescente família; a pequena Lia, agora com seis anos, ganhara a companhia de um irmãozinho, o robusto e risonho Marco, de dois anos. Gabriel, aos dezoito, terminava o ensino médio com uma paixão decidida pela biologia e pelo ambientalismo, já traçando planos para revolucionar as práticas de sustentabilidade na Tenuta Bellasole.
Mas era em Laura, a filha do meio, que uma nova e silenciosa tempestade se formava. Aos vinte e um anos, recém-formada com louvor na mais prestigiada faculdade de Belas Artes do país, ela se via diante de um abismo que não era de dor ou de perda, mas de identidade. Seu talento era inegável, suas telas vibravam com uma emoção e u