Eduardo Lira
Depois de algumas horas, finalmente entramos no complexo prisional e somos encaminhados a uma sala para a revista dos nossos pertences. Em seguida, nos levam para outro espaço, equipado com uma câmera de gravação, cuja cópia podemos solicitar para anexar aos autos, e com certeza vamos pedir.
Ficamos aguardando a chegada de Yan Davis. O cara ainda tinha que ser estrangeiro, só para complicar nossa vida. A situação dele é tão complexa que talvez nossa inteligência sozinha não consiga resolver.
Tenho a impressão de que todas as instâncias estão compradas. Se não tomarmos cuidado, nosso cliente pode acabar morto aqui dentro. Precisamos garantir pelo menos uma liberdade provisória para o Yan.
Um rapaz de quase vinte anos entra na sala, vestindo macacão laranja, algemas nos pulsos e tornozelos. Os guardas o acompanham, retiram apenas as algemas das pernas e já se preparam para sair, quando o intérprete os interrompe:
— Não vão soltar os pulsos dele? — pergunta, seguro de si.
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