Paola Vega

O beijo de Ruslan rouba-me o ar e qualquer resquício de sanidade que ainda possuía. Não sabia o que estava fazendo nesse momento, mas eu apenas desejava sentir o que ele estava me proporcionando. Seu calor febril se mistura ao meu, e por um instante, esqueço de tudo.

Da minha irmã que está tão febril quanto ele no quarto da frente. De sua mãe e irmã que estão com Paulina nesse momento. Do bebê dentro de mim, que está sendo gerado no caos do amor que sinto por minha irmã.

Mas a realidade nos envolve como uma sombra inevitável.

Minhas mãos, que antes seguravam sua camisa com hesitação, agora tocavam o seu peito. Sorrio ao sentir o seu batimento acelerado que agora se misturava ao meu. Com os nossos olhos fixos, tento falar em como isso pode ser perigoso, não apenas para ele, mas para mim também.

Mas Ruslan é mais rápido.

— Paola, eu sei que isso é loucura — sua voz é rouca, carregada pelo cansaço. — Eu não imaginava que a conheceria desse jeito. E não vou fingir e muito menos