Vincenzo deixa escapar um sorriso contido, enquanto fecha a porta atrás de si com um movimento firme, sem se apressar.
Mantendo o olhar fixo nela, começa a caminhar em direção à mesa, os passos lentos e calculados, carregados de uma segurança que dispensa palavras, como se cada gesto fosse em si uma resposta à provocação que acabou de ouvir.
— Já tentaram duas vezes. — Vincenzo comenta, acomodando-se na cadeira à frente dela, cruzando uma perna sobre a outra. — Talvez na terceira finalmente tenham mais competência ou sorte.
— Vincenzo, você é horrível. — Seraphina dispara, a voz impregnada de repulsa, como se zombar da própria morte fosse para ela a mais baixa das atitudes.
— Realista. — Corrige, a voz calma e precisa, mantendo a naturalidade de quem discute algo trivial, como se falasse sobre o clima e não sobre a própria morte.
— O que faz aqui, Vincenzo? — Pergunta, apoiando as mãos sobre a mesa e inclinando-se levemente para a frente, o olhar fixo nele, carregado de desconfiança.