Os olhos dela o encaram com uma calma quase irritante, e o sorriso que surge nos lábios é tão sutil quanto provocador, o tipo de expressão calculada que deixa claro, sem precisar dizer, quem está ditando as regras naquele momento.
— Bon après-midi, Don Lucchese. — A mulher responde, com um leve sotaque francês, o tom calmo, quase delicado, como se a prisão fosse somente um reencontro de velhos conhecidos. — Faz tempo que não nos vemos.
O sorriso dela permanece no rosto, educado demais para ser honesto, e o olhar atento examina cada reação dele, como se estivesse colecionando fragmentos de controle para usar mais tarde.
— Boa tarde? — Vincenzo repete, enquanto o policial se ajeita ao volante. — Só se for para você, Élodie. — Acrescenta, a voz baixa, firme e carregada de ironia controlada.
— Senhora Renault para você. — Élodie adverte, ergue o queixo e ordena que o policial avance. — Acha mesmo, Don Lucchese, que pode abrir essa farsa quando quiser e fechá-la sem pagar nenhum preço?
— C