Na outra ala do hospital, Vincenzo permanece sentado, o ombro latejando em uma dor constante, lembrança insistente do acidente.
Ainda assim, mal dedica atenção ao próprio corpo, a mente está distante, fixada apenas na imagem de Vittoria sendo levada para os exames, longe do seu alcance.
— Cazzo. — Murmura, a mandíbula travada, como se a lembrança do olhar apavorado de Vittoria no instante do ataque continuasse gravada em sua mente. — Que merda estou fazendo? — Continua, a voz contida, mas carregada de uma culpa que o corrói por dentro.
Nem mesmo a compreensão de que ingressar na máfia foi o único caminho para ter Vittoria ao seu lado consegue acalmar o próprio corpo.
— Teria sido mais fácil raptá-la. — Murmura, a voz áspera, enquanto a preocupação o corrói ao reconhecer o quanto a sua escolha a deixou vulnerável.
Por toda a vida, mesmo crescendo dentro daquele mundo, Vittoria jamais havia estado em real perigo, mas bastaram alguns meses ao seu lado para que ela encarasse a morte dua