Giulia Ricciardi
Meu olhar permaneceu fixo no de Domenico. A adrenalina corria em minhas veias como fogo líquido, fazendo meu peito subir e descer em uma respiração ofegante. Mas não havia medo. Apenas a certeza de que eu não recuaria.
Domenico abaixou a arma lentamente, os olhos ainda cravados nos meus, como se procurasse alguma fraqueza. Quando não encontrou, fez um gesto brusco para Vittorio e meu tio baixarem as armas.
— Antônio, leve esse verme para longe daqui, antes que eu mude de ideia e mate ele agora mesmo. — A voz de meu pai saiu cortante, carregada de uma fúria contida.
Vi meu tio se aproximar de Lorenzo, agarrando-o pelo braço. Ele ainda estava machucado, o rosto manchado de sangue e os movimentos mais lentos do que o normal. Mas Lorenzo não cedeu. Ele manteve a cabeça erguida, sem desviar o olhar de Domenico, como se estivesse desafiando-o em silêncio.
— Vá para o seu quarto. Agora. — Meu pai ordenou.
Engoli em seco, mas não discuti. Apenas saí.
No corredor, meus p