Giulia Ricciardi
A consciência veio como um sopro lento e doloroso. Primeiro, um zunido insistente nos ouvidos, depois a sensação de estar afundando em um oceano escuro. Meus olhos piscavam, pesados, tentando se ajustar à luz fraca do quarto. O cheiro asséptico de hospital me envolveu antes mesmo de eu conseguir entender onde estava.
— Giulia? — A voz suave e familiar me fez virar a cabeça com dificuldade.
Minha mãe estava ali, sentada ao meu lado, os olhos inchados e avermelhados. Ela parecia exausta, como se não tivesse dormido há dias. Quando nossos olhares se encontraram, um soluço escapou de seus lábios antes que ela se inclinasse sobre mim e me envolvesse em um abraço cuidadoso.
— Meu Deus… você acordou — sussurrou, sua voz embargada pela emoção.
Senti um aperto na garganta, mas a dor no meu corpo foi ainda mais forte. Minhas costelas pareciam em chamas, e cada movimento fazia minha cabeça latejar como se estivesse sendo comprimida. Eu mal conseguia respirar direito.
— O