Cabeça baixa, máscara cobrindo meus traços, deixando apenas os olhos.
A porta foi se abrindo lentamente enquanto eu mantive as mãos dentro dos bolsos. Trêmulas. Geladas.
—M-Moço, você errou de lavabo.
Suspirei, mantendo o olhar fixo nela. O coração acelerava como as asas de um beija-flor.
Ela gaguejou, entregando o nervosismo.
Eu conhecia aquela reação. Sabia o que acontecia internamente dentro daquele peito que subia e descia desesperadamente, só esperando para ser surpreendido outra vez.
—Você... Tem a mesma voz e... Esse olhar tempestuoso, decidido, intrigante... —Sorriu, com os olhos cheios. —Me desculpe, você parece com alguém que eu conhecia.
Eu permaneci paralisado. A indecisão, o medo, me impediam de tomar uma atitude e desenterrar os pés do chão na direção dela. Apesar de ser o causador de todo o sofrimento dela, eu queria consolá-la.
Eu queria tê-la.
—Poderia falar novamente? Só pra eu... —Engoliu, pestanejando. Deixou escapar algumas lágrimas grossas, mas se conteve. —Você